domingo, 6 de maio de 2012

Ética Kantiana - 5 - Os 3 tipo de acção -


OS TRÊS TIPOS DE ACÇÃO
Um comerciante pode praticar um preço injusto, incorrecto, ou praticar um preço justo, correcto. No primeiro caso é evidente que a sua acção é imoral, é injusta é uma acção má – sem valor moral.
Mas praticando o preço justo, correcto, a sua acção é necessariamente BOA, tem valor moral? Dito de outra forma: basta a sua acção ser correcta ou justa para ser BOA ou ter valor moral?
NÃO. Porquê?
Considerando o exemplo do comerciante que pratica o mesmo preço para todos os clientes, podemos perguntar porque se recusa a ser desonesto?
Temos duas Hipótese:
A) Será por cálculo e interesse que procede assim?
B) Ou será por respeito pela lei moral que prescreve a honestidade?
De acordo com a Hipótese A) age correctamente para manter a reputação de honesto, ou para evitar a reputação de injusto, ganancioso, ou, ainda, para não perder a sua clientela, então age em conformidade com o dever, mas não por dever.
De acordo com a Hipótese B) age por respeito pelo dever.
Assim, temos 3 tipos de acção:
1) Quanto à acção contra o dever é o que acontece quando o comerciante explora os clientes, praticando preços abusivos. São acções que estão em contradição com o dever são, neste sentido, destituídas de valor moral.
2) No que se refere às acções conforme o dever, é o caso do comerciante que não vende os produtos mais caros para não sofrer as consequências, podia ser prejudicado posteriormente. Esta acção também não tem valor moral porque ela não passa de um meio para o comerciante obter um determinado fim, que é exterior à acção. Neste caso o comerciante não agiu unicamente em obediência ao dever, apenas agiu de acordo ou em conformidade com a lei permanecendo no plano da legalidade. Agiu por interesse pessoal.
3) A moralidade exige que se actue unicamente por respeito à lei moral, por dever. É o caso do comerciante que não vende caro porque sabe que esse é o seu dever.
Para Kant estas são as verdadeiras acções morais, pois o valor reside na intenção que anima a acção. Sendo praticadas por respeito ao dever, a acção constitui um fim em si mesmo e não um meio para obter uma recompensa (exterior e consequência posterior).Isto significa que o homem só age bem se actuar por dever. E agir por dever é agir por respeito à lei moral e não por submissão às consequências ou ao fim a atingir.

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