domingo, 31 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A nova era dos homens-máquinas?




O poder do cérebro
A actividade electromagnética do cérebro pode até vir a controlar próteses robóticas
Nelson Marques
8:40 Terça-feira, 26 de Jan de 2010




A nova era dos homens-máquina
Esta nova forma de interacção com computadores será, segundo o neurologista português António Damásio, a aplicação prática no domínio da neurociência que mais irá revolucionar as nossas vidas nos próximos anos. Não se trata de um cenário futurista, garante o cientista radicado nos Estados Unidos. Usar a actividade electromagnética do cérebro para, por exemplo, controlar próteses robóticas "será uma realidade palpável" dentro de alguns anos e trará "grandes benefícios" a pacientes vítimas de doenças neurológicas incapacitantes, de acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou de lesões na espinal medula.

Alguns cientistas prevêem que, nos próximos cinco anos, as ICM atingirão um nível de sofisticação que permitirá, por exemplo, a uma pessoa paralisada segurar um copo para beber água. Mas o futuro imaginado pelos cientistas é bem mais ambicioso: será habitado por ciborgues, homens-máquina equipados com próteses robóticas controladas por ICM que permitirão a pessoas com lesões na espinal medula jogar futebol, por exemplo.

O cenário afigura-se cada vez mais próximo, mas a sua concretização está longe de ser fácil. O cérebro é uma máquina extremamente complexa, onde cerca de 100 mil milhões de neurónios interagem para activar as tarefas que realizamos quotidianamente, do movimento à fala. Por isso, os cientistas têm procurado nos últimos anos perceber melhor a forma como o sistema nervoso central processa a intenção de movimento a uma determinada parte do corpo para depois conseguirem construir melhores sistemas artificiais que repliquem esse processo.

Sabe-se que o cérebro liberta ondas electromagnéticas que acompanham os pensamentos e as emoções que se sucedem na mente. O grande desafio está em conseguir fazer corresponder determinados padrões a comandos mentais específicos, para os poder reproduzir depois num sistema computacional. A prontidão da resposta é outro dos desafios enfrentados pelos cientistas. Como existe uma diferença de tempo ínfima, de alguns milissegundos, entre o momento em que a ordem deixa o cérebro e aquele em que o gesto é efectivamente executado, para que uma prótese funcione de forma semelhante ao órgão substituído a interface entre o cérebro e o membro mecânico terá de ser capaz de reconhecer com extrema rapidez os movimentos requisitados e processar, quase instantaneamente, essa ordem.

http://aeiou.expresso.pt/o-poder-do-cerebro=f559987

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Questões acerca da liberdade - 1

Somos livres de dizer o que quisermos?

Hipóteses:

A) Sim
1. é sinónimo da nossa independência e autenticidade;
2. pior seria não o dizermos;
3. a liberdade é isso mesmo: poder falar até ofendendo;
4. sim, é o que os outros esperam de nós: a verdade
5. ...

B) Não
1. é um disparate dizer o que não foi reflectido;
2. dizer remete para a palavra dita, para a comunicação - o que impõe a presença do outro que é constituivo do diálogo e de quem fala: falar por falar ou falar ofendendo nega a comunicação e a relação interpessoal;
3. não porque não vivemos sozinhos e não somos sozinhos
4. não, os outros não esperam de nós a verdade, mas s simpatia, a amabilidade, ou outro conforto;
5. ...

C) Sim, se...
1. ...
2. ...
3.

Trabalho - Corpo e desenvolvimento científico e técnico

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A crença verdadeira justificada - exercício 1

SITUAÇÃO-PROBLEMA:
1. o João afirmou ir no dia 1 comprar uns sapatos vermelhos.
2. O Manuel, no dia 2, viu que o João calçava sapatos vermelhos.
3. O Manuel desenvolveu a crença na seguinte proposição: O João comprou uns sapatos vermelhos.
4. pergunta-se:
A) o Manuel tem justificação para a sua crença?
B) O manuel tem garantias de que a sua proposição é verdadeira?

O conhecimento é crença verdadeira justificada?



Bertrand Russel - Filósofo e Matemático Inglês que tratou a questão do conhecimento como crença verdadeira justificada


Pressupostos:

1. O conhecimento exige um sujeito que conhece e um objecto conhecível;
2. O conhecimento pode desenvolver-se perceptivamente e/ou racionalmente;
3. O conhecimento impõe a construção de uma representação - neste caso de uma proposição;
4. só o saber formulado sob a forma de proposições, o saber que, é específico do homem;
4. só o saber proposicional, o saber que, pode ser verdadeiro ou falso;

Condições necessárias para que haja conhecimento:
1. Conhecer implica ter a convicção de que o nosso pensamento - sob forma de proposição - é verdadeiro;
2. Não basta acreditar na verdade de proposição - o que seria algo subjectivo - é necessário que a proposição seja OBJECTIVAMENTE, verdadeira.
3. Não basta que o sujeito tenha uma crença verdadeira, pois pode ter uma crença verdadeira por acaso, por sorte, injustificada ou até com erro na sua justificação. nestes casos não se pode dizer que o sujeito conhece.é necessário que haja provas, razões que justifiquem a crença.

em suma: as 3 condições necessárias atrás enunciadas tornam-se suficientes quando estão presentes em simultâneo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

os Estrangeiros

Os estrangeiros
Por Pedro Lomba
14/01/2010



Em Itália quem desce para sul em direcção a Reggio Calabria vai certamente com a intenção de passar o estreito de Messina e descobrir a Sicília de Lampedusa e Visconti. Boa sorte para ele, porque primeiro é preciso passar por Reggio Calabria, onde não há nada a não ser máfia, decadência e fábricas desactivadas. Agora parece haver mais do que isso. Desde há dias, têm noticiado os jornais que as ruas de Reggio Calabria estão em ambiente de batalha campal. Milhares de imigrantes africanos revoltaram-se contra as condições em que vivem e o tratamento a que se dizem sujeitos. Em resposta aos actos de violência praticados por esses imigrantes, formaram-se milícias de calabreses que também se entrincheiraram nas ruas abrindo "fogo" contra os africanos.

A tensão com os imigrantes tem sido permanente em Itália. Há dois anos, não eram os africanos mas os romenos o principal foco de conflito no que respeita à imigração. Alguns nacionais da Roménia tinham acabado de cometer crimes de sangue: uma rapariga de Roma por exemplo fora violada e assassinada. E o sentimento anti-romeno, que já era visível, explodiu.

Foi mais ou menos por essa altura que eu vivi em Itália durante um certo tempo. Bastava que um romeno entrasse num café para o dono arregaçar o olho. "Em Itália quem consome, paga", disse um desses donos à minha frente, enquanto um romeno argumentava inutilmente que tinha feito as duas coisas como devia.

E foi mais ou menos também por essa altura que Romano Prodi, então primeiro-ministro, deu uma notável entrevista ao jornal Financial Times para explicar as mudanças que ao tempo estavam a ser preparadas para endurecer a luta contra a imigração ilegal.

Esta semana, o ministro do Interior do Governo de Berlusconi avisou que "a Itália tem sido nos últimos anos demasiado tolerante com a imigração clandestina". Mas naquela entrevista Prodi fez uma análise sociológica que me ficou na memória. Explicou ele que nos últimos anos os três milhões de imigrantes que entraram em território italiano causaram um impacto social e psicológico incrível. Ninguém antecipou os efeitos desse movimento massivo. Relembrou que durante décadas muitos italianos não estavam habituados a ver e viver juntamente com outros estrangeiros. Ele próprio lembrava-se do tempo, quando pequeno, em que não conhecia nenhum estrangeiro. Para muitos italianos esta era uma nova experiência - a de ver e receber estrangeiros que não fossem apenas turistas.

Na verdade, os italianos são muitas vezes descritos como uma sociedade em "pequena escala". Cada italiano faz questão de habitar mentalmente num tempo e espaço restrito. Há nisso toda uma atitude que alguns definem como campanilismo: quando a identidade cultural, social e política de cada um reside não na nação ou no Estado, mas na mesma igreja e no mesmo quarteirão por onde já transitaram gerações de famílias inteiras.

Não sei se Prodi confirmaria, mas este localismo dos italianos tem obviamente consequências: torna-os mais resistentes a quem vem de fora. A ideia de que uma população, ou boa parte dela, pode tolerar pior os estrangeiros porque nunca se deparou ou aprendeu a viver com eles pode parecer-nos abstrusa numa época de livre circulação de pessoas e intensa globalização cultural. Mas em Itália, como está à vista pelos incidentes da Calábria, não é.

Quando vivi em Itália tinha um amigo paquistanês que geria uma loja de Internet. Todos os meses era visitado pela polícia para averiguar se ele cumpria a lei. Nessa altura eu estava interessado em perceber por que é que a mesma palavra - hostis, em latim - possui vários significados diferentes: hóspede, estrangeiro e inimigo. Creio que percebi. Quem disse que são assim tão diferentes? Jurista

A natureza do conhecimento: um problema - 2

Um burro - quadrúpede - que vê e julga um fardo de palha verde, por ter uns óculos verdes está em que posição do p.v. da natureza do conhecimento?

A natureza do conhecimento: um problema

Se a posição epistemológica do realismo for verdadeira podemos pensar que as diversas concepções de realidade se esbatem e anulam no futuro? Ou - contra-argumenta o idealista - isso é somente chegar a uma verdade universal ainda subjectiva?

a publicidade é manipulação?

Sara Felizardo - 11.º B

O uso da palavra tanto serve para a verdade como para dizer a mentira, tanto para o bem como para o mal. Mas a partir da argumentação, surgem múltiplas verdades que a sociedade tem legitimidade de contestar. Mas… e se não possuir competência retórico-argumentativa? Poderá ser alvo de má fé, comprometendo a sua autonomia e identidade?
Para diferenciarmos certas publicidades, teremos de constatar a relação dos conceitos de Ethos, Pathos e Logos em que poderá predominar um em vez dos outros. Uma vez realçando o Pathos, já dizia Aristóteles, era uma actividade manipuladora que fazia com que o auditório se esquecesse de quem era pelo grande envolvimento emocional. Naturalmente, verificamos que a publicidade falaciosa pressupõe uma manipulação em que consiste o poder sobre o seu auditório sem este se aperceber, uma imposição que o poderá constringir de compartilhar a sua opinião ou adoptar um determinado comportamento. Quando não nos sentimos à vontade com algum assunto específico, somos facilmente enganados pela linguagem sofisticada, jogo de palavras, difícil de dominar e de extremo poder expressivo, somos obrigados subtilmente.
No meu entender, não querer ouvir o outro é refutar sem quaisquer razões, simplesmente negando a liberdade de expressão e de recepção, de aceitar ou não a sua mensagem, e assim, a não existência de dialéctica (o confronto entre duas teses/ideias). Contudo, hoje em dia apesar de nos sentirmos mais instruídos, está nas nossas mãos pronunciarmo-nos ou fiarmo-nos no que nos impõem, ou seja, cabe-nos a nós garantir a verdade e não encobrir a mentira. Enfim, o mau uso da retórica designada como retórica negra na publicidade existe conscientemente quer no apelo à emoção e aos sentimentos do auditório ou pelo o uso de falácias e sofismas no seu discurso. Recorrendo a comportamentos, ao excesso de figuras de estilo, a figuras artísticas, à criação de situações de medo pelo uso abusivo da autoridade, à repetição, à sincronização entre os sujeitos e hipnose que torna incapaz de resistir à mensagem e até o recurso ao contacto físico que impressionam o público, sendo capaz de mentir sobre os factos e deformar a realidade induzindo à ilusão como ainda dissimula-los para se pretender a adesão involuntária, tudo isto para fazer aceitar determinada tese através da influência da mente humana.
Para finalizar, podemos prevenir-nos colocando alguns limites à persuasão existente na publicidade, uma imposição de regras fundamentais para o exercício de liberdade através do domínio da ética exigindo uma reflexão, por consequente que impeçam a manipulação.
E apesar do orador aprovar a tese, a «culpa» é nossa, do auditório de aceitarmos a falsidade dessa publicidade e ficarmos tão emocionalmente seduzidos que não temos consciência das nossas atitudes, do nosso juízo, perdemos a capacidade comunicativa e argumentativa. “Não saber usar da palavra para convencer não será, no fim das contas, umas das grandes fontes de exclusão?”

A natureza do conhecimento: o idealismo epistemológico

O idealismo epistemológico defende que
a) a realidade conhecida não é independente do sujeito;
b) consciência de que o conhecimento é uma construção e um processo;
c) as estruturas constitutivas do sujeito estão presentes no acto de conhecimento
d) são estas estruturas que possibilitam o conhecimento, são uma condição necessária para que haja conhecimento
e) o conhecimento terá sempre a configuração que as estruturas mentais do sujeito empprestam aos dados empíricos que lhe chegam. Por isso jamais saberemos como é a realidade em si, mas somente como é a realidade para nós.


Kant é o paradigma deste tipo de idealismo

A natureza do conhecimento: o realismo crítico

O realismo crítico defende que
a) a realidade é independente do sujeito do conhecimento;
b) o conhecimento é um processo e uma construção;
c) o conhecimento não traduz fiel e totalmente o real, pois tem componentes subjectivas;
d) o conhecimento evolui aproximando-se sucessivamente à verdade, enquanto
i) limita, minimiza ou anula as componentes subjectivas que resultam da natureza constitutiva do sujeito, e
ii) enquanto constrói dispositivos que lhe permitam superar as suas insuficiências – por exemplo: instrumentos de observação e/ou experimentação científica.

Um defensor muito conhecido desta posição é o Filosofo Político e epistemólogo Karl Popper.

A natureza do conhecimento: o realismo ingénuo

O realismo ingénuo defende que
a) a realidade é independente do sujeito de conhecimento;
b) para conhecer basta abrir os olhos – o homem está preparado para conhecer;
c) o conhecimento traduz fiel e totalmente o real;
d) as qualidades sensíveis como a cor, o peso, o odor existem nas coisas;
e) não compreende o conhecimento como processo e construção;

O realismo ingénuo não tem consciência de que o conhecimento é um processo e uma construção e por isso não tem consciência das suas próprias limitações.

Face à questão do conhecimento ser ou não cópia do real realismo ingénuo dá uma resposta, obviamente, afirmativa.

A natureza do conhecimento: o problema

O problema da natureza do conhecimento está em saber se ao conhecimento corresponde uma realidade exterior e independente ou, em alternativa, se a realidade existente mão vive fora do conhecimento. A primeira hipótese é a posição comum e natural do homem: o realismo. A segunda hipótese implica um acto de vontade e de artificialismo e de grande distância face a nós mesmos: o idealismo

Um exemplo de um Idealista radical é Berkeley. Para Berkeley o que se conhece resume-se às qualidades empíricas presentes na percepção e nada há para lá disso, pelo que afirma que ser é ser percebido.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010