
Fotografia de Niels Bohr
A ciência não é um conhecimento natural. Não basta abrir os olhos ou ouvir alguém contar uma história para conhecermos cientificamente.
O conhecimento científico implica antes de mais uma vontade de conhecer, e em segundo lugar implica procurar a melhor forma de conhecer. Assim, propósito e método são dois aspectos centrais a que podemos acrescentar a dimensão conceptual do trabalho científico. A ciência é em primeiro lugar uma construção campo conceptual, que o artifício técnico ou experimental operacionaliza e valida.
As ciências procuram assim estar para lá da dimensão meramente empírica das qualidades subjectivas e psicológicas da realidade, procuram ultrapassar a carga subjectiva do próprio sujeito-cientista.
Esta concepção de ciência funciona relativamente bem nas ciências explicativas, orientadas para as leis físicas da natureza. Mas chegará para definir as ciências humanas como a Psicologia, a Antropologia ou a História? Estas ciências não se reduzem à dinâmica explicativa. Trabalham no interior de concepções e de paradigmas compreensivos, mutáveis e enquadráveis culturalmente. Daí que haja várias abordagens psicológicas, sociológicas ou históricas. Mas as ciências da natureza são puras? Não são afectadas pelo sujeito?
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