Com base num trabalho do 11.º B do Ricardo e do Ricardo
Como todo o discurso que visa persuadir tem um auditório a quem é dirigida a mensagem e ao qual há que a adaptar, tem também um objectivo, neste caso evidente: conduzir à compra do produto: lingerie Triumph.
O auditório – público-alvo - nesta publicidade são as mulheres (principalmente jovens).
Dimensões do anúncio:
Este anúncio possui, como a maioria, uma dimensão denotativa, neste caso o aspecto do produto que se deseja vender (a lingerie) e que deve agradar ao potencial cliente; e uma conotativa, o aspecto da modelo, com a qual as mulheres se quererão parecer, levando-as a comprar a lingerie.
O anúncio publicitário usa os meios de persusão já enunciados por Aristóteles:
O Ethos está presente de uma forma muito óbvia e propositada, usando a beleza, sensualidade e de uma modelo conhecida e reconhecida socialmente pela sua simpatia – em determinadas camadas sociais e etárias – propulsionando credibilidade ao anúncio. A própria marca merece confiança pela tradição.
O Pathos, enquanto a modelo e a montagem fotográfica transmitem a sensação de frescura, de leveza, de juventude. Desperta assim emoções agradáveis, com quem o auditório gosta de se identificar.
O cartaz publicitário apresenta ou associa a marca Triumph a valores implícitos como a beleza, frescura, leveza, alegria, juventude, etc. (o que não deixa de ser essencial numa marca de lingerie com muitos anos e que as jovens tendem a associar à roupa das suas mães e avós).
No domínio do Logos há uma proposição visível em letras pequenas mas destacadas com a cor vermelha que afirma da marca que ela é uma arte corporal. Esta proposição remete para um argumento implícito:
A lingerie da Triumph cria arte corporal (que significa que modela o corpo de acordo com padrões de beleza, pois o termo arte está associado, em termos sociológicos, ao de beleza); assim, se quiser ter um corpo modelado pela arte corporal, use lingerie da collection Best Of da Triumph..
Claro que pode-se considerar haver aqui uma falácia informal. Mas mesmo que assim seja considerado, promovendo a manipulação de quem faz associações descuidadas, o certo é que oferece um raciocínio do ponto de vista lógica formal válido.
A Publicidade é um bom exemplo de como apesar de haver argumentos formalmente válidos, ou o auditório aí ler argumentos válidos, poderem ser falaciosos do ponto de vista informal
É claro que todos os valores mais ou menos implícitos visam associar a marca a esses valores e permitem ao auditório criar essas identidades e, claro, raciocínios dedutivos ou indutivos a partir daí.
Neste caso temos a possibilidade de ter um raciocínio dedutivo, embora precedido de uma indução:
Se Cláudia Vieira usa lingerie Triumph e é sensual,
então a cliente usando lingerie Triumph tornar-se-à sensual.
P Q R ( P ∧ Q ) → ( R → Q )
V V V V V V
V V F V V V
V F V F V F
V F F F V V
F V V F V V
F V F F V V
F F V F V F
F F F F V V
Mas este argumento usa um outro - induz previamente ou pressupõe como ideia geral:
Quem usa lingerie Triumph é sensual,
a → b
(mas pergunta-se: é o sensual uma SEGUNDA CARACTERÍSTICA, permitindo compreender o argumento como analogia?)
Modus Ponens: a → b; a; ∴ b
Se o raciocínio antes exposto for traduzido num Modus Ponus e lhe aplicarmos o martelo semântico, temos o seguinte argumento válido – pois não existe nenhuma circunstância com premissas falsas e conclusão verdadeira:
a b a → b a b
V V V V V
V F F V F
F V V F V
F F V F V