segunda-feira, 7 de junho de 2010

Espaço Publico e Espaço Privado: Limites e vantagens dos Media

Sara Gamelas
11.º A

O ser Humano é um ser social em que essa sociabilidade está presente desde o momento que se nasce até que morre. A sociedade que acolhe o Homem tem uma cultura própria que nos transmite um modo específico de pensar, sentir e agir. Assim como na família existem pontos de vista diferentes e regras impostas pela autoridade dos pais, também na sociedade nos deparamos com regras e normas com intuito de garantir o bem de todos. Para tal, são definidos não apenas os direitos de cada um, como também os deveres, ou seja, o que podemos receber e o que temos que dar à sociedade. Só com regras, normas e leis é que se torna possível formar uma sociedade organizada e estável que promova o bem colectivo.
O Homem integrado na sociedade é por natureza como citava Aristóteles, um “animal político”. Isto significa, a forma como devemos reflectir acerca da nossa situação social, como nos organizamos dentro de um espaço comum na qual devemos ser práticos ao longo da vida enquanto cidadãos. Ser cidadão significa aquele que habita na cidade em que usufrui de direitos civis e políticos incutidos nela. Na democracia ateniense antiga, o cidadão era considerado um homem livre com capacidade de se auto governar, de participar nas decisões públicas da sociedade com o objectivo de determinar as suas obrigações naturais ligadas á sua subsistência e á da sua família. Deste modo os filósofos identificaram a existência de duas esferas na vida do Homem, privada e pública.
Espaço público e privado são dois conceitos utilizados de forma distinta de que os antigos usavam. Enquanto ser livre e dotado de consciência moral, com a capacidade de decidir e de liberar responsavelmente a sua individualidade, isto é, espaço privado. No entanto, cada vez que o indivíduo age de forma a interferir no seio da colectividade remete-nos para o espaço público. Assim, no espaço privado o individualismo procura o melhor para si, visto este ser onde efectuamos a nossa introspecção pessoal sem o intuito de o publicitar pois somente se reflecte acerca das ideias de forma a alimentar o espaço publico, enquanto que neste o Homem procura o bem para todos pois potencia a reflexão privada publicitando-a e tornando-a comum. Neste contexto predomina a liberdade de expressão de forma a deliberar, discutir, dando-lhe sentido tornando possível o nascimento do político. Assim o espaço público sobrepõe-se ao privado pelo facto de permitir ao Homem a realização da sua natureza política.
Estes dois conceitos de espaço permitiram ao Homem reflectir no sentido ético-politico. O conceito de ética não é de todo inseparável da política visto a ética se designar pela arte de escolher o que mais convém ao Homem com o objectivo de viver o melhor possível. Por sua vez, a política organiza a convivência social de forma a que cada individuo escolha o que mais beneficie. Contudo há diferenças importantes de salientar pois a ética ocupa-se do que a própria pessoa faz com a sua liberdade e a politica tenta determinar a forma mais conveniente de pôr em prática a liberdade.
A liberdade Humana pode ser influenciada por os media. Estes caracterizam-se por toda a comunicação jornalística sendo a informação que entra diariamente em nossas casas. As suas principais virtudes são a argumentação e a persuasão pois o domínio da comunicação visa persuadir o auditório de modo a utilizar uma linguagem o mais simples possível para ser entendido por qualquer indivíduo, ou seja, permite a adequação da informação ao público mais singular. No entanto, há também limites, manipulam e seduzem de forma a convencer o auditório de que a informação transmitida é a mais correcta e a mais benéfica (Exemplo: Relógio usado por uma figura pública transmite ao auditório que este é o melhor a ser utilizado). Porém, a informação que nos é transmitida não permite qualquer tipo de reciprocidade, ou seja, é – nos difícil aceder ou confrontar os media com a veracidade da informação disponível. Devido a essa dificuldade o auditório interpreta a informação como sendo verdadeira, isto significa que o auditório vive na ilusão, pois como sabemos nem toda a informação que nos é dada é justificada.
Este facto verifica-se, por exemplo, na teoria de K. Popper, o falsificacionismo que nos transmite que a partir da análise de fenómenos lógicos do processo indutivo concluímos que por maior que seja o número de observações particulares não há justificação racional para a sua generalização a todos os casos. Deste modo o grande objectivo deste modelo é de refutar as teorias e eliminar progressivamente os erros. Consequentemente as teorias que resistirem às tentativas da falsificação são consideradas teorias corroboradas e aceites provisoriamente.
Em suma, os media são portadores de privatização, obedecem a leis de mercado de oferta, ou seja, toda a informação reverte-se para a necessidade dos indivíduos e não do espaço público, pois temos como consequência o privilégio de satisfazer os interesses particulares de cada um, ou até mesmo do próprio jornal. Isto significa que os media visam satisfazer e enriquecer o intelecto de cada um. Contudo estes interferem na reflexão pessoal e possivelmente na decisão individual.
No meu ponto de vista os media têm um papel imprescindível no espaço público no sentido da transmissão da informação que possibilita o aumento do nosso conhecimento. No entanto, a maneira que nos transmitem a informação nem sempre é o mais correcto pois preocupam-se com a linguagem utilizada simplesmente com o intuito de despertar interesse, desejo ou emoção ao leitor

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