terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O papel das instituições na regulação da vida social e moral


O termo instituição designa qualquer organização, convenção, entidade, práticas sociais ou formas de organização ordenadas, sujeitas a determinadas regras, que visam o cumprimento de determinados objectivos sociais.
A instituições promovem a estabilidade social e, através de “padrões de comportamento socialmente definidos”[1], a existência e a realização dos indivíduos.
Numa sociedade existem diferentes instituições e esferas institucionais das quais destacamos: a família, a educação, a economia, a política, a religião, a cultura.
A importância da instituição advém necessidade primária que o homem tem de viver em grupo, uma vez que a relação eu-outro só pode sobreviver fundando-se em algo estável, instituído. Ela é a base para uma ordem, sem a qual nenhuma sociedade poderia existir.
Ao viver em comunidade, o indivíduo necessita de se integrar em instituições que o protegem, fomentam a sua formação e estabelecem uma ordem promovendo o seu bem-estar pessoal e comunitário. As instituições condicionam e modelam o nosso comportamento, determinam os nossos papéis, mas estas dependem da participação de cada um de nós, que usando a sua razão e liberdade as transforma e as aperfeiçoa.
Contudo, a instituição tanto pode ser factor de afirmação da pessoa como da sua limitação. As instituições, por vezes, podem ser uma oposição à liberdade individual e ao progresso dos povos. Por exemplo, algumas instituições do Estado Novo tornaram-se agentes de repressão, não contribuíram para uma autonomia, nem promoveram a liberdade da pessoa.
Apesar de poderem constituir um risco para a formação do ser humano elas são extremamente necessárias: Na infância, pois a criança não poderia sobreviver e desenvolver características humanas sem a ajuda da família (ou quem a substitui). Na adolescência, uma vez que, o indivíduo necessita de instituições como a família e a escola que lhe fornecem elementos a partir dos quais pode construir a sua identidade. Também durante toda a idade adulta o indivíduo não pode prescindir dos modelos de acção apresentados pelas instituições, na medida em que lhe dão indicações para a sua socialização e convivência.
Em suma, as instituições regulam e organizam a vida em comunidade e o bem colectivo é garantido pelo bom funcionamento das instituições que por sua vez sustentam em democracia a possibilidade de cada um realizar o seu projecto de vida e a consecução do seu ideal de vida boa.



[1] Runes, Dagobert. Dicionário de Filosofia.

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