Apontamentos, textos e trabalhos de Filosofia de/para alunos do Ensino Secundário - Escola Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima - Esgueira, Aveiro, PORTUGAL
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
O papel das instituições na regulação da vida social e moral
O termo instituição designa qualquer
organização, convenção, entidade, práticas sociais ou formas de organização
ordenadas, sujeitas a determinadas regras, que visam o cumprimento de
determinados objectivos sociais.
A instituições promovem a estabilidade
social e, através de “padrões de comportamento socialmente definidos”[1],
a existência e a realização dos indivíduos.
Numa sociedade existem
diferentes instituições e esferas institucionais das quais destacamos: a
família, a educação, a economia, a política, a religião, a cultura.
A importância da instituição
advém necessidade primária que o homem tem de viver em grupo, uma vez que a
relação eu-outro só pode sobreviver fundando-se em algo estável, instituído.
Ela é a base para uma ordem, sem a qual nenhuma sociedade poderia existir.
Ao viver em comunidade, o
indivíduo necessita de se integrar em instituições que o protegem, fomentam a
sua formação e estabelecem uma ordem promovendo o seu bem-estar pessoal e
comunitário. As instituições condicionam e modelam o nosso comportamento,
determinam os nossos papéis, mas estas dependem da participação de cada um de
nós, que usando a sua razão e liberdade as transforma e as aperfeiçoa.
Contudo, a instituição tanto
pode ser factor de afirmação da pessoa como da sua limitação. As instituições,
por vezes, podem ser uma oposição à liberdade individual e ao progresso dos
povos. Por exemplo, algumas instituições do Estado Novo tornaram-se agentes de
repressão, não contribuíram para uma autonomia, nem promoveram a liberdade da
pessoa.
Apesar de poderem constituir um
risco para a formação do ser humano elas são extremamente necessárias: Na
infância, pois a criança não poderia sobreviver e desenvolver características
humanas sem a ajuda da família (ou quem a substitui). Na adolescência, uma vez
que, o indivíduo necessita de instituições como a família e a escola que lhe
fornecem elementos a partir dos quais pode construir a sua identidade. Também
durante toda a idade adulta o indivíduo não pode prescindir dos modelos de acção
apresentados pelas instituições, na medida em que lhe dão indicações para a sua
socialização e convivência.
Em suma, as instituições
regulam e organizam a vida em comunidade e o bem colectivo é garantido pelo bom
funcionamento das instituições que por sua vez sustentam em democracia a
possibilidade de cada um realizar o seu projecto de vida e a consecução do seu
ideal de vida boa.
Moral e Ética
“
A palavra “moral” tem a ver, etimologicamente, com os costumes, pois é
precisamente “costumes” o que significa a palavra latina mores, e também com as ordens, pois a melhor parte dos preceitos
morais dizem qualquer coisa como “deves fazer isto” ou “não te lembre sequer de
fazer aquilo”. Todavia há costumes e ordens (…) que podem ser maus, ou seja,
“imorais”, por muito ordenados e costumeiros que se nos apresentem. Se
quisermos aprofundar deveras a moral, se quisermos aprender a sério como
empregar bem a liberdade que temos (e nessa aprendizagem consiste justamente a
“moral” ou “ética” de que estamos aqui a falar), o melhor será deixarmo-nos de
ordens, costumes e caprichos. O primeiro aspecto que devemos deixar claro é que
a ética de um homem livre nada tem a ver com os castigos ou os prémios
distribuídos por qualquer autoridade que seja – autoridade humana ou divina,
para o caso tanto faz. Aquele que se limita a fugir ao castigo e a procurar a
recompensa que outros dispensam, segundo normas por eles estabelecidas, não
goza de condição melhor do que a de um pobre escravo. Talvez a uma criança
pequena bastem o pau e a cenoura como guias de conduta, mas para alguém já mais
crescidote torna-se muito triste continuar com essa mentalidade. A pessoa
deve-se orientar de modo diferente. Mas é aqui necessário um certo
esclarecimento dos termos. Embora eu use as palavras “moral” e “ética” como
equivalentes, de um ponto de vista técnico (e desculpa-me este tom doutoral do
que o costume) elas não significam o mesmo. “Moral” é conjunto de condutas e
normas que tu, eu e alguns dos que nos rodeiam costumamos aceitar como válidas;
“Ética” é a reflexão sobre o porquê de as considerarmos válidas, bem como a sua
comparação com as outras “morais”, assumidas por pessoas diferentes.”
O que é a moral?
Moral
É um conjunto de princípios, valores e normas vigentes numa comunidade humana que permite distinguir o certo do errado, o bem do mal, o justo do injusto e orientam a conduta dos seus membros.
É um conjunto de princípios, valores e normas vigentes numa comunidade humana que permite distinguir o certo do errado, o bem do mal, o justo do injusto e orientam a conduta dos seus membros.
Assim,
a)
pressupõe um conjunto de valores indicativos do certo e do errado;
b)
estabelece normas de comportamento – indicam o que se deve fazer ou não fazer;
c)
é exterior ao indivíduo, que integra no processo de socialização e
endoculturação;
d)
a sanção estabelece-se ao nível da consciência moral, é sobretudo uma sanção
que cada um se impõe a si próprio, em função da adequação ou não do
comportamento à norma moral;
e) pode ser
aplicada de forma automática
ou autónoma
(reflectida e livre)
- Automática: cumpre a norma por medo das sanções, porque é assim que lhe indica a tradição, porque é assim, que se lhe impõe como obrigação exterior à sua consciência - ex.: as crianças que têm medo do polícia, e por isso não roubam.
- Refletida: cumpre a norma porque a sua consciência, após reflexão, deliberou ser o melhor. PONDERANDO se determinado comportamento ou determinada acção, considerada boa pela moral, é correcta ou incorrecta. Então, neste caso estamos a ser seres éticos.
f)
numa mesma sociedade podem existir diferentes morais, com fundamentos
(religiosos, racionais, físicos) e valores distintos. Pode haver uma moral
religiosa (católica, protestante, budista, (…) uma moral epicurista, uma moral
egoísta, uma moral utilitarista, uma moral racional deontológica,...
O que é a ètica?
A ética é
1) uma disciplina filosófica que estuda os princípios, normas e juízos morais - é exterior à moral e tem esta como objecto.
Exemplo: o bem existe independente do homem? a natureza da justiça altera-se culturalmente?
2) Atitude filosófica, reflexiva e crítica de ponderação sobre o que é moralmente certo ou errado de determinadas decisões e comportamentos - não é mais do que uma reflexão filosófica que prepara a deliberação e a decisão.
Exemplo: devo usar a wikis, ainda que do meu p.v. seja epistemologicamente um erro por procurar o consenso em vez de procurar a refutação (verdadeiro motor do conhecimento científico)?
3) teoria de natureza filosófica que estabelece uma moral (um dever ser de origem racional) - neste sentido é uma moral. Exemplo: ética utilitarista de S. Mill -
1) uma disciplina filosófica que estuda os princípios, normas e juízos morais - é exterior à moral e tem esta como objecto.
Exemplo: o bem existe independente do homem? a natureza da justiça altera-se culturalmente?
2) Atitude filosófica, reflexiva e crítica de ponderação sobre o que é moralmente certo ou errado de determinadas decisões e comportamentos - não é mais do que uma reflexão filosófica que prepara a deliberação e a decisão.
Exemplo: devo usar a wikis, ainda que do meu p.v. seja epistemologicamente um erro por procurar o consenso em vez de procurar a refutação (verdadeiro motor do conhecimento científico)?
3) teoria de natureza filosófica que estabelece uma moral (um dever ser de origem racional) - neste sentido é uma moral. Exemplo: ética utilitarista de S. Mill -
Em resumo, a ética
como reflexão filosófica pode apresentar 3 dimensões:
1ª - disciplina DESCRITIVA do fenómeno moral - metaética
2ª - reflexão pessoal que enquadra a DECISÃO concreta - dimensão pessoal da ética
3ª - teorização PRESCRITIVA do que DEVE ser a moral - ética normativa.
Podemos ainda acrescentar a estas uma outra actividade ética, a ética aplicada. A ética aplicada é como o próprio nome diz, a sua aplicação a casos ou áreas específicas: ética ambiental, bioética, ética dos negócios, ética profissional, ética aplicada à genética, ética aplicada à eutanásia, os conselhos de ética nos hospitais, etc…
1ª - disciplina DESCRITIVA do fenómeno moral - metaética
2ª - reflexão pessoal que enquadra a DECISÃO concreta - dimensão pessoal da ética
3ª - teorização PRESCRITIVA do que DEVE ser a moral - ética normativa.
Podemos ainda acrescentar a estas uma outra actividade ética, a ética aplicada. A ética aplicada é como o próprio nome diz, a sua aplicação a casos ou áreas específicas: ética ambiental, bioética, ética dos negócios, ética profissional, ética aplicada à genética, ética aplicada à eutanásia, os conselhos de ética nos hospitais, etc…
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