terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A nova era dos homens-máquinas?




O poder do cérebro
A actividade electromagnética do cérebro pode até vir a controlar próteses robóticas
Nelson Marques
8:40 Terça-feira, 26 de Jan de 2010




A nova era dos homens-máquina
Esta nova forma de interacção com computadores será, segundo o neurologista português António Damásio, a aplicação prática no domínio da neurociência que mais irá revolucionar as nossas vidas nos próximos anos. Não se trata de um cenário futurista, garante o cientista radicado nos Estados Unidos. Usar a actividade electromagnética do cérebro para, por exemplo, controlar próteses robóticas "será uma realidade palpável" dentro de alguns anos e trará "grandes benefícios" a pacientes vítimas de doenças neurológicas incapacitantes, de acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou de lesões na espinal medula.

Alguns cientistas prevêem que, nos próximos cinco anos, as ICM atingirão um nível de sofisticação que permitirá, por exemplo, a uma pessoa paralisada segurar um copo para beber água. Mas o futuro imaginado pelos cientistas é bem mais ambicioso: será habitado por ciborgues, homens-máquina equipados com próteses robóticas controladas por ICM que permitirão a pessoas com lesões na espinal medula jogar futebol, por exemplo.

O cenário afigura-se cada vez mais próximo, mas a sua concretização está longe de ser fácil. O cérebro é uma máquina extremamente complexa, onde cerca de 100 mil milhões de neurónios interagem para activar as tarefas que realizamos quotidianamente, do movimento à fala. Por isso, os cientistas têm procurado nos últimos anos perceber melhor a forma como o sistema nervoso central processa a intenção de movimento a uma determinada parte do corpo para depois conseguirem construir melhores sistemas artificiais que repliquem esse processo.

Sabe-se que o cérebro liberta ondas electromagnéticas que acompanham os pensamentos e as emoções que se sucedem na mente. O grande desafio está em conseguir fazer corresponder determinados padrões a comandos mentais específicos, para os poder reproduzir depois num sistema computacional. A prontidão da resposta é outro dos desafios enfrentados pelos cientistas. Como existe uma diferença de tempo ínfima, de alguns milissegundos, entre o momento em que a ordem deixa o cérebro e aquele em que o gesto é efectivamente executado, para que uma prótese funcione de forma semelhante ao órgão substituído a interface entre o cérebro e o membro mecânico terá de ser capaz de reconhecer com extrema rapidez os movimentos requisitados e processar, quase instantaneamente, essa ordem.

http://aeiou.expresso.pt/o-poder-do-cerebro=f559987

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