Há duas
formas de compreensão:
a compreensão
intelectual ou objectiva e a compreensão
humana intersubjectiva. Compreender significa intelectualmente
apreender em conjunto, com-prehendere,
abraçar
junto (o texto e seu contexto, as partes e o todo,
o múltiplo
e o uno). A compreensão
intelectual passa pela inteligibilidade e pela explicação.
Explicar
é considerar
o que é preciso
conhecer como objecto aplicar-lhe todos os meios objectivos de
conhecimento. A explicação
é,
bem entendido, necessária
para a compreensão
intelectual
ou objectiva.
A compreensão
humana vai além
da explicação.
A explicação é bastante
para a compreensão
intelectual ou objectiva das coisas
anónimas ou materiais. É insuficiente
para a compreensão
humana.
Esta
comporta um conhecimento de sujeito a sujeito. Por conseguinte, se
vejo uma criança
chorando, vou compreendê-la,
não
por medir o grau de salinidade de suas lágrimas,
mas por buscar em mim minhas aflições
infantis, identificando-a comigo e identificando-me com ela. O outro
não
apenas é percebido
objectivamente, é percebido
como outro sujeito com o qual nos identificamos e que identificamos
connosco, o ego
alter que
se torna alter
ego.
Compreender inclui, necessariamente, um processo de empatia, de
identificação
e de projecção.
Sempre intersubjectiva, a compreensão
pede abertura, simpatia e generosidade.
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