sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Publicidade e Vulnerabilidade emocional




http://www.publico.pt/sociedade/noticia/conselho-nacional-de-etica-arrasa-bancos-privados-do-cordao-umbilical-1578203
Conselho Nacional de Ética arrasa bancos privados do cordão umbilical
Bancos privados fazem promessas “irrazoáveis” e campanhas “agressivas” numa fase vulnerável da vida das pessoas, conclui o conselho no seu mais recente parecer.

A conservação do sangue e tecido do cordão umbilical e placenta em bancos privados “assenta num modelo comercial”, por oposição aos “princípios do altruísmo” subjacentes aos bancos públicos. Têm também “critérios de selecção e qualidade menos estritos” e fazem “promessas de aplicações irrazoáveis”. As críticas estão num parecer conjunto do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) e do Comité de Bioética de Espanha, a que o PÚBLICO teve acesso.
Mais de 120 mil portugueses recorreram já aos bancos de criopreservação de células do cordão umbilical existentes em Portugal, sendo que a grande maioria das amostras foram deixadas em bancos privados. Ao contrário do único banco público (o Lusocord) a funcionar no país, em que as amostras são gratuitas, nos bancos privados paga-se pela preservação do sangue e tecido do cordão por preços que rondam os 1500 euros.
O parecer do CNECV não questiona a “utilidade clínica” da conservação das células estaminais presentes no sangue do cordão umbilical em algumas situações, como os transplantes de células da medula óssea ou nalgumas doenças hematológicas. Porém, no caso da promissora aplicação a outras doenças — caso das degenerativas como Alzheimer ou Parkinson, por exemplo —, os peritos nacionais e espanhóis defendem que “a sua validade científica e utilidade potencial não estão ainda estabelecidas, e o seu uso permanece experimental”. As reservas sobre os bancos privados não são inéditas e o próprio parecer refere que este tipo de “negócio” é proibido em países como França e Itália.
No plano da argumentação, os especialistas — que ouviram representantes de duas empresas privadas e do Lusocord — estabelecem as diferenças entre os dois modelos. E estas são óbvias. “A conservação em bancos públicos assenta nos princípios do altruísmo, da gratuitidade, da confidencialidade e da máxima qualidade”, lê-se no parecer agora divulgado. Do outro lado, temos um negócio “assente num modelo comercial, com critérios de selecção e qualidade menos estritos, promessas de aplicações irrazoáveis (tratamento de doenças comuns da vida adulta, quando a conservação se faz a 20-25 anos), estratégias demarketing agressivas e pouco transparentes, dirigidas a um público numa fase particularmente vulnerável da sua vida”.
(...) 
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/conselho-nacional-de-etica-arrasa-bancos-privados-do-cordao-umbilical-1578203

Ver resposta:
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/crioestaminal-parecer-do-conselho-de-etica-ofende-inteligencia-dos-portugueses-1578318
Crioestaminal: parecer do Conselho de Ética “ofende inteligência dos portugueses”

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