quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Definição de Filosofia - 2

O Objecto da Filosofia:
Começamos por fazer uma comparação com o objecto da ciência para melhor compreendermos o objecto da filosofia. Qualquer ciência se define pelo seu objecto (a área de estudo), por exemplo o objecto da biologia é a vida e a base da geradora dos seres vivos, a célula, a química a molécula, a sociologia o comportamento social.
Facilmente podemos perceber que cada ciência tem como objecto fenómenos que correspondem a partes da realidade. Até mesmo se considerarmos o homem como objecto ele pode sê-lo da psicologia, da sociologia, da antropologia, da medicina, etc. Ora a filosofia não tem um objecto no sentido científico do termo, pois o seu objecto não é uma área circunscrita e parcelar do real.
O seu objecto é a totalidade. A totalidade não é a soma de tudo o que existe, mas o sentido que, pela razão, o homem confere à realidade.
Dar um sentido à totalidade é dar um sentido ao real, é fundamentar e procurar a essência última do real.

Que realidade é esta abordada como totalidade?
A totalidade - universo: Qual a essência e o sentido do universo?
A totalidade – homem: Qual a essência, natureza e sentido do homem?
A totalidade – conhecimento: o que é o conhecimento? Qual a sua natureza? Quais as formas de conhecimento? O conhecimento humano produz a verdade?
Retomando o exemplo anterior o homem como objecto da ciência nunca o é como totalidade, mas cada ciência estuda parcelas dessa realidade que é o homem vendo nele diferentes realidade em função da focagem que a própria ciência imprime. Assim, o homem é conhecido cientificamente:
pela biologia como conjunto de células; pela química como moléculas; pela neurologia como dotado de um sistema nervoso – células neuronais; pela sociologia como ser gregário, que estabelece relações sociais; pela psicologia como ser dotado de uma psique com determinadas características e produtora de comportamentos; pela história como produtor de cultura e produto do passado cultural; etc.

Ora, acontece que nenhuma ciência responde às questões: o que é o homem? Qual o sentido da sua existência?
Nem mesmo se juntarmos todos os conhecimentos científicos obtemos essa resposta, pois a ciência explica o funcionamento dos diferentes aspectos do homem mas não nos dá o sentido da vida humana. Mas pela razão, o filósofo relaciona e integra conhecimentos acerca das várias áreas doando um sentido a essa integração e procurando, racionalmente, o sentido do seu objecto de estudo: seja o homem, os seus valores, a linguagem, a ética, o conhecimento, o ser...

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