domingo, 27 de janeiro de 2013

Kant versus Mill

Um trabalho de alunos sobre se se deveria ou não sacrificar uma vida humana para salvar duzentas.

http://filosofiatintimportintim.blogspot.pt/2013/01/kant-vs-mill-qual-opcao-mais-correta.html

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Ética e Moral são conceitos distintos

A moral estabelece-se como um conjunto de regras e princípios a cumprir. Em face destas regras se avalia e sanciona o nosso comportamento - assim assumida a moral apresenta-se como exterior a cada sujeito de acção.

A ética é para cada um de nós, exige a ponderação racional e pessoal da decisão a tomar em função dos valores que o próprio ou a comunidade assume e das circunstâncias. O comportamento ético é avaliado e sancionado ao nível da consciência moral de cada um.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Direitos, motivações e poder de decisão


O cão que matou a criança e as comparações grotescas

Daniel Oliveira
8:00 Sexta feira, 11 de janeiro de 2013

Mandam as regras que um animal doméstico que se demonstre perigoso ao ponto de pôr em risco a vida humana tem de ser abatido. Um cão de uma raça perigosa matou uma criança de 18 mesesFoi decidido o seu abate. mais de 20 mil pessoas assinaram uma petição para impedir uma decisão de evidente bom senso. Segundo fonte do Instituto de Medicina Legal ao jornal "Público", "a autópsia, realizada quarta-feira, concluiu que a morte se deveu a ferimentos provocados pela mordedura do cão".

Dizem os subscritores desta petição: "um cão que nunca fez mal durante oito anos e atacou é porque teve algum motivo". A ver se nos entendemos: Os motivos para um animal matar uma criança são irrelevantes, porque as crianças não podem correr risco de vida, sejam lá qual forem os motivos. A decisão de abater um cão não é uma forma de fazer justiça (por isso os motivos pouco interessam), mas de segurança. 
Escrever que "a criança e o cão são os dois inocentes desta história" é pornográfico. Crianças e cães, para os humanos, não estão no mesmo nível. Nenhum animal é abatido por ser "culpado" de nada. Até porque tal conceito é inaplicável a não humanos. Um animal doméstico, se se revelar perigoso para os humanos, não pode conviver com eles. É apenas disto que se trata e não de qualquer ato de justiça. Os donos e pais foram negligentes? Isso sim, resolve-se na justiça. O abate do cão é outra coisa: um cão que mata uma criança com quem convive deixou de ser um animal doméstico. Porque o que o torna doméstico é ser controlável por humanos. Como não pode ser devolvido à vida selvagem é abatido. Não por justiça, mas por segurança.

Diz a petição: "Se não se abatem pessoas por cometerem erros, por roubarem, por matarem...então também não o façam com os animais!" A comparação é de tal forma grotesca que chega a ser desumana. Eu sou contra a pena de morte. Eu como carne de animais que foram abatidos. Serei incoerente ou limito-me a não comparar o incomparável? Os animais não têm, para os humanos, o mesmo estatuto das pessoas. E quem acha que têm não percebe porque consideramos a vida humana um valor absoluto e indiscutível.

Resumo assim: a vida do humano mais asqueroso vale mais do que a vida do animal doméstico de que mais gostamos. Sempre. Tendo tido (e continuando a ter) quase sempre animais domésticos (de que gosto imenso), parece-me haver em muitos defensores mais radicais dos direitos dos animais um discurso que relativiza os direitos humanos. Porque não compreendem a sua absoluta excepcionalidade.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Existem direitos dos animais?





Não há direitos dos animais, há deveres das pessoas...

Henrique Monteiro
10:27 Domingo, 13 de janeiro de 2013

Daniel Oliveira já escreveu, aqui nestas páginas , quase tudo sobre o assunto do cão que matou uma criança de 18 meses. Mas eu queria questionar a própria ideia de direitos dos animais. Há, como ele diz, comparações grotescas, antropomorfizações dos conceitos de justiça e de culpa para animais que são conceptualmente erradas, mas isso advém de uma Declaração da UNESCO, de 1978, sobre os chamados Direitos dos Animais.
Ora, os animais, por definição, não podem ter direitos, uma vez que o direito tem por objeto a regulação entre pessoas. Basta ver na dita carta dos Direitos dos Animais é, na sua grande parte, não uma carta de direitos dos animais, mas sim uma carta de deveres dos homens em relação aos animais. Porque direito e dever não são claramente a mesma coisa. Um ser humano tem direitos invioláveis e tem deveres em relação a outros homens, mas também em relação aos animais, à natureza. Isso é diferente de postular direitos inatos de animais ou da natureza.
Vejamos um dos pontos mais ridículos, do meu ponto de vista, dessa Declaração: no artº 9 dos Direitos dos Animais diz-se: "Quando o animal é criado para alimentação, deve ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor". Conseguem dizer isto sobre um ser humano? Por este ponto bem sem vê que estes direitos dependem exclusivamente de deveres dos seres humanos, e não de qualquer ato de vontade por parte de um animal. Ou seja, se acreditarmos que os animais têm direitos, teríamos de postular, igualmente os seus deveres, o que jamais poderemos.
Em, suma, e voltando a citar Daniel Oliveira, porque concordo com ele e o seu resumo é feliz," a vida do humano mais asqueroso vale mais do que a vida do animal doméstico de que mais gostamos. Sempre. Tendo tido (e continuando a ter) quase sempre animais domésticos (de que gosto imenso), parece-me haver em muitos defensores mais radicais dos direitos dos animais um discurso que relativiza os direitos humanos. Porque não compreendem a sua absoluta excecionalidade"
Só acrescentaria que estas declarações da UNESCO, sendo muito generosas, por vezes estabelecem confusões que geram movimentos como estes, de pessoas radicais que entendem que um animal é como uma pessoa, sem compreender que essa ideia leva a outra - a de que uma pessoa não passa de um animal.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Falácia da Ignorância


O PROBLEMA DA FALÁCIA DA IGNORÂNCIA

resulta de IR DO QUE NÃO ESTÁ PROVADO PARA DAR COMO PROVADO O SEU CONTRÁRIO.

Exemplo:
NÃO SE PROVA A EXISTêNCIA DE ETs, LOGO OS ETs existem.

Assim da NÃO PROVA DE NÃO P, CONCLUI-SE P.

PARECE SER ~~P, ENTÃO P. 

MAS NÃO É, pois a PRIMEIRA NEGATIVA NÃO É UMA VERDADEIRA NEGATIVA, MAS SÓ A AUSêNCIA DE PROVA.

UMA VERDADEIRA NEGATIVA SERIA:     NÃO É VERDADE QUE NÃO EXISTEM ETs.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Falácia da petição de princípio



Exemplo:

Este individuo é paranóico (conclusão), pois está referenciado como tal (premissa).

Explicação:

É uma falácia de petição de princípio, pois a conclusão é que permite criar a premissa. A conclusão é pressuposta no início.

Se A, então B. Mas B é razão de A.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Palavra, Retórica e Democracia


A retórica é uma invenção grega. Não caiu do céu, mas nasceu e desenvolveu-se num contexto muito preciso, o das instituições políticas e, particularmente, judiciárias, de certas cidades gregas. Estas instituições caracterizam-se pelo papel que dão à palavra, na medida em que traduzem em debates contraditórios os conflitos que podem opor os membros de uma mesma sociedade. O direito de todos os cidadãos à palavra pública e eficácia desta palavra levaram a tomar a linguagem como objecto de estudo e não apenas a servir-se dela como instrumento espontâneo de trocas comunicacionais. (…) a persuasão pela palavra opõe-se, assim, não só ao constrangimento físico, mas também à autoridade indiscutível e não pode exercer-se senão dentro de certas condições: igualdade daquele que fala e daquele ou daqueles que escutam, liberdade de tomar a palavra e liberdade de dar ou de recusar assentimento ao que é dito.
A arte de persuadir pela palavra nasceu numa situação assim. A retórica está, com efeito, originalmente ligada ao regime democrático que entrou em vigor em certas cidades gregas no fim do século VI a.C. (…) em democracia, as instituições que regulamentam a vida do corpo social não funcionam, em princípio, senão com o assentimento da maioria das pessoas envolvidas. (…) Donde a necessidade do discurso, o único meio de acção que deixa o auditório livre de aprovar ou não.

F. Desbordes, La rhétorique antique, Paris, Hachette, 1996, pp.9-11

História da Retórica