quinta-feira, 29 de novembro de 2012

EXERCÍCIOS DE LÓGICA FORMAL


Frank Stella, Harran II, 1967
1.            Considere as seguintes proposições compostas:
A)            Não é verdade que estudo astrofísica ou estudo geofísica
B)            Não estudo astrofísica e não estudo geofísica
1.1.         Demonstre a equivalência entre as duas proposições compostas:
1.2.         Identifique a inferência.

2.            Formalize e Identifique o seguinte argumento:
Se os dias são grandes então temos muito sol. Se temos muito sol, então passo os dias ao sol. Se passo os dias ao sol, então temos muita vitamina D. se temos muita vitamina D, então temos ossos forte, Logo, se os dias são grandes, temos ossos forte.

3.      Determine, através da tabela de verdade, o valor de verdade das proposições que constituem o seguinte  argumento.     
A liberdade não existe ou o homem não é determinado. A liberdade existe. Então o homem é determinado.

4.            Teste a validade do seguinte argumento, aplicando o método mais adequado – INSPETOR de CIRCUNSTÂNCIAS
Se o António é um estudante de filosofia, então estudou lógica. O António estudou lógica. Então  o António não é estudante de Filosofia. 

Crítica: As disciplinas da filosofia

domingo, 25 de novembro de 2012

Elogio da Publicidade





http://www.publico.pt/n1574728

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Reflexão ética sobre saúde pública

Saúde pública versus liberdade privada?


Duas decisões contrastantes tiveram lugar no mês passado: um tribunal de recurso dos Estados Unidos decidiu contra a exigência da Food and Drug Administration (FDA) norte-americana de que os cigarros fossem vendidos em embalagens com imagens de advertência dos perigos para a saúde, enquanto o Supremo Tribunal da Austrália apoiou uma lei que vai muito mais além. A lei australiana exige que nos maços de tabaco figurem advertências dos perigos para a saúde e imagens dos danos físicos causados pelo tabagismo. Exige também que os próprios maços sejam simples, com os nomes das marcas a figurarem em ponto pequeno numa fonte padrão, sem logótipos e sem qualquer outra cor a não ser verde-azeitona.
A decisão dos EUA teve por base a protecção constitucional da América relativamente à liberdade de expressão. O tribunal aceitou que o governo possa exigir advertências factuais exactas dos perigos para a saúde, mas a maioria, numa decisão dividida, considerou que o governo não podia chegar ao ponto de exigir imagens. Na Austrália, a questão era se a lei implicava a expropriação sem a devida compensação – neste caso, dos direitos de propriedade intelectual nas marcas das empresas tabaqueiras. O Supremo Tribunal decidiu que não.
No entanto, subjacente a estas diferenças, está a grande questão: quem decide qual é o equilíbrio adequado entre saúde pública e liberdade de expressão? Nos EUA, os tribunais tomam essa decisão, essencialmente, com base na interpretação de um texto com 225 anos e se esse facto privar o governo de utilizar algumas técnicas que ajudem a reduzir o número de mortes causadas pelo tabagismo – actualmente estimado em 443.000 americanos por ano – assim o será. Na Austrália, onde à liberdade de expressão não é dada protecção constitucional explícita, os tribunais têm uma tendência muito maior para respeitar o direito dos governos democraticamente eleitos de encontrar o equilíbrio adequado.
Existe um consenso generalizado de que os governos devem proibir a venda de, pelo menos, alguns produtos perigosos. Muitos aditivos alimentares são proibidos ou permitidos apenas em quantidades limitadas e o mesmo acontece em relação aos brinquedos para crianças pintados com substâncias que podem ser prejudiciais se ingeridas. A cidade de Nova Iorque proibiu as gorduras trans em restaurantes e está actualmente a limitar a dose permitida de bebidas açucaradas. Muitos países proíbem a venda de ferramentas perigosas, tais como serras eléctricas sem protecções de segurança.
Embora haja argumentos para se proibir uma multiplicidade de produtos perigosos, os cigarros são únicos, porque nenhum outro produto, legal ou ilegal, está perto de causar o mesmo número de mortes – mais do que os acidentes de viação, a malária e a sida, em conjunto. Os cigarros são também altamente viciantes. Além disso, onde quer que os custos de saúde sejam pagos por todos – incluindo os EUA, com os seus programas de saúde pública para os mais desfavorecidos e para os idosos – todos pagam o custo dos esforços para tratar as doenças causadas pelo tabagismo.
Proibir totalmente os cigarros é uma outra questão, porque esse facto iria, sem dúvida, criar uma nova fonte de receita para o crime organizado. Parece estranho, no entanto, considerar que o Estado possa, em princípio, proibir a venda de um produto, mas não possa permitir que o mesmo seja vendido apenas em embalagens onde figurem imagens gráficas dos danos que causa à saúde humana.
A indústria tabaqueira levará agora a sua batalha contra a legislação australiana até à Organização Mundial do Comércio. A indústria teme que a lei possa ser imitada em mercados muito maiores, como o da Índia e o da China. Ou seja, onde essa legislação é mais necessária.
Na verdade, apenas cerca de 15% dos australianos e 20% dos americanos são fumadores, mas em 14 países de baixo e médio rendimento abrangidos numa sondagem, cujos resultados foram recentemente publicados na revista The Lancet, cerca de 41% dos homens eram fumadores, registando-se um aumento do número de jovens mulheres que adquiriram o hábito de fumar. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 100 milhões de pessoas morreram em consequência do tabagismo no século XX, mas o tabaco irá matar até um bilhão de pessoas no século XXI.
As discussões sobre até que ponto o Estado pode ir na promoção da saúde da sua população começam, muitas vezes, com o princípio de John Stuart Mill de limitar o poder coercivo do Estado a actos que impeçam danos a terceiros. Mill poderia ter aceitado as advertências sobre os perigos para a saúde nos maços de tabaco e até mesmo as imagens gráficas de doenças pulmonares se esse facto ajudasse as pessoas a entender a escolha que estão a fazer, mas teria rejeitado uma proibição.
A defesa de Mill a respeito da liberdade individual, no entanto, presume que os indivíduos são os melhores juízes e guardiões dos seus próprios interesses – uma ideia que actualmente raia a ingenuidade. O desenvolvimento de técnicas de publicidade modernas marca uma importante diferença entre a época de Mill e a era actual. As empresas aprenderam a arte de nos vender produtos não saudáveis, apelando aos nossos desejos inconscientes de estatuto, atractividade e aceitação social. Como resultado, sentimo-nos atraídos por um produto sem saber muito bem porquê. E os fabricantes de cigarros têm aprendido a manipular as propriedades do seu produto de forma torná-lo o mais viciante possível.
As imagens gráficas dos danos que o tabaco causa podem contrabalançar o poder desses apelos ao inconsciente, facilitando assim uma tomada de decisão mais determinada e tornando mais fácil a resolução de deixar de fumar. Assim, em vez de rejeitarmos estas leis por serem limitativas da liberdade, devemos defendê-las como forma de promover regras de homogeneidade entre indivíduos e empresas gigantes que não têm qualquer pretensão em apelar à nossa capacidade de raciocínio e de reflexão. Exigir que os cigarros sejam vendidos em maços simples, com advertências sobre os perigos para a saúde e imagens gráficas é uma legislação de igualdade de oportunidades para a parte racional que existe dentro de nós.
Tradução: Teresa Bettencourt/Project Syndicate

Internet, Espaço Privado e Espaço Público


PúblicoEntrevista           

“Gostaria de convencer as pessoas a escolherem a exposição pública”


O polémico Jeff Jarvis, um dos grandes gurus americanos da Internet, tem defendido aguerridamente as vantagens de tornar público aquilo que muitos têm pudor em revelar. No futuro próximo, "abandonaremos esta noção que temos do nosso negócio como conteúdo para uma noção que anda à volta da ideia de conexões", prevê. Segunda entrevista da série sobre a Internet.


É um dos defensores da ideia de tornar público aquilo que muitos consideram que deve ser privado. Aliás, quando teve cancro na próstata, Jeff Jarvis, guru americano da Internet, escreveu sobre isso e percebeu os benefícios que trouxe à sua vida - e à de outros.
Chega a dizer que, em algumas situações, reservar para a esfera privada alguma informação é “egoísmo” ou “irresponsabilidade”. Autor de O Que Faria o Google? (Gestão Plus, 2010), Jarvis é director do Tow-Knight Center for Entrepreneurial Journalism na CUNY (City University of New York), consultor de várias empresas de media. No ano passado, lançou Public Parts:How Sharing in the Digital Age Improves the Way We Work and Live, onde escrutina o que chama “pânico moral” em relação à privacidade. “Viver em público não mostra apenas que temos pouco a esconder; mostra que temos pouco a temer”, escreve. Ou: “Quanto mais pública uma sociedade for, mais segura será.” No fundo, defende, a exposição pública (publicness) é uma “ética de partilha”.

O que é que o surpreendeu mais no avanço da Internet desde que a começou a usar?
Quando comecei a bloggar em 2001, a revelação mais importante foi que estávamos a ter conversas em diferentes sítios e tempos e isso é a verdadeira estrutura da Internet – é sobre pessoas a conversar. Estava no World Trade Center no 11 de Setembro e comecei a bloggar cerca de uma semana depois. Dois bloggers em Los Angeles viram o que fiz, escreveram sobre mim e eu escrevi sobre eles. Isso foi para mim o momento em que percebi que as ligações permitiam uma conversa que não existia antes.

Como é que imagina que esse lado de conversa da Internet irá evoluir?

É impossível prever o futuro, mas fico sempre muito surpreendido com o poder das ligações. Neste momento vejo mais ferramentas de colaboração do que de criação, há uma evolução constante disso. Quem iria adivinhar que o Twitter ia ter um grande papel no mundo? Não há forma de prever estas coisas.

É um defensor da partilha e da exposição pública: como é que podemos beneficiar mais do lado público e de partilha da Internet sem nos tornarmos vulneráveis à vigilância e controlo?
Temos de perceber que há uma nova oportunidade para sermos públicos, algo precioso para proteger. Ouvimos muita preocupação sobre a privacidade. Até 1890 não havia discussão a sério sobre as questões legais de privacidade nos Estados Unidos e aconteceu por causa da invenção da câmara Kodak – as pessoas tinham medo que se pudesse tirar uma fotografia e aparecerem. A sociedade estava a adaptar as suas normas a uma nova tecnologia e a novos comportamentos, resolveu-se. Nós faremos o mesmo com a Internet. A privacidade é muito importante, e é preciso protegê-la, mas não quero que essa seja a única parte da conversa. Por isso escrevi o livro sobre os benefícios de tornar as coisas públicas, quis sublinhar esses benefícios que incluem a capacidade de qualquer pessoa falar em público, de nos juntarmos como público, de nos organizarmos e de agirmos como público – acho que essas são capacidades preciosas e fantásticas que podem ser reguladas de forma cuidada. A ironia é que ouvimos muita coisa sobre o governo proteger a nossa privacidade. Usou a palavra vigilância, uma palavra importante, porque a vigilância pode de facto ser perigosa, os governos podem usar informações sobre nós de uma maneira que mais ninguém pode. Devemos proteger-nos sobretudo dos governos, mais do que contarmos com a protecção dos governos.

No seu livro há alguma ironia sobre a preocupação das pessoas em relação à privacidade. Porque acha que há tanto medo da exposição pública?
Em geral não acho que as pessoas tenham medo. Há algumas pessoas que não têm a certeza, porque é novo, mas há quase mil milhões de pessoas a usar o Facebook! Isso não é porque estão loucas, é porque encontram valor na partilha. Há centenas de milhões no Twitter e no Google Plus, porque esta abertura da partilha é uma coisa importante. Não podemos assumir que somos todos paranóicos com a privacidade.
Mark Zuckenberg (o fundador do Facebook) disse que não há privacidade. Deveríamos estar a tirar partido da forma como as empresas usam os nossos dados?
Em primeiro lugar, alguém disse que Mark Zuckenberg disse isso, mas não é correcto. Ele acredita na privacidade, mas também nos benefícios do ser público, e um deles é que partilhamos mais coisas - por exemplo, a saúde.

Pode exemplificar?
Sim. Imagine-se que há um disparar anormal de incidentes de cancro da mama num certo bairro. Se mantivermos isso secreto, não há forma de encontrar esse padrão e talvez a causa. Se formos abertos em relação a isso, e não há razão para não o sermos, então podemos encontrar um padrão, talvez uma correlação e a causa. Isto é um exemplo do como ser mais aberto nos pode beneficiar. Há vários exemplos de como alguns dados nos beneficiam. Há pessoas que se queixam dos cookies da publicidade – a capacidade de fazer publicidade direccionada é o que vai financiar os media e eliminarmos isso seria altamente prejudicial para a sociedade em relação ao jornalismo, às notícias e aos conteúdos. Há benefícios desta tecnologia e só porque é nova não significa que seja má. Sim, temos de nos preocupar com algumas questões, mas também temos de pesar os benefícios.

Queremos proteger os nossos dados, ao mesmo tempo que exigimos aos governos que sejam mais transparentes e abertos – pense-se na WikiLeaks. Isto é um paradoxo ou estamos a falar de coisas diferentes?

Estamos a falar de coisas diferentes, porque temos de olhar para diferentes escalas de privacidade e de público a um nível individual, empresarial e governamental. A um nível individual ninguém deveria ser forçado a expor-se em público, mas eu gostava de convencer as pessoas a escolherem isso em muitos casos. Nem tudo precisa de ser público – não há benefício para a sociedade em dizer o que comi ao pequeno-almoço, mas se for útil a alguém porque não fazê-lo? A um nível empresarial há demasiado secretismo e acho que as empresas estão a aprender que quanto mais transparentes forem, mais colaboram com os seus clientes e mudam a sua relação com eles. Os governos deveriam ser abertos por definição e secretos apenas por necessidade. Há segredos necessários – crimes sob investigação, a privacidade dos cidadãos, etc. –, mas os governos são as pessoas, deveriam ser abertos por regra. Portanto, isto são três circunstâncias diferentes para julgar a privacidade e o público.

A WikiLeaks mudou alguma coisa?
Sim, mudou as expectativas sobre o desejo de manter segredos. A WikiLeaks evoluiu para a telenovela de Julian Assange [o fundador, envolvido numa acusação de abuso sexual na Suécia e escândalos sobre pedido de asilo], mas abriu um precedente: qualquer pessoa que saiba alguma coisa que ache que o mundo deveria saber tem agora um meio para o revelar. Por isso as empresas e os governos precisam de ganhar consciência de que devem agir de acordo com isso.

Uma das suas propostas é criar uma série de regras éticas para o mundo online – devemos transpor as regras sociais para a Internet ou devemos criar novas?
Parte do problema é achar que a tecnologia, por ser nova, requer novas regras. Deveríamos regular o comportamento, não a tecnologia. O exemplo que dou no livro é a lei da protecção de crianças online, em que temos tanto medo da tecnologia e as protegemos tanto que acabamos por pôr fim não só às más mas também às coisas boas. As crianças são o sector da sociedade que está pior servido no mundo online – não devíamos partir do princípio de que só porque a tecnologia pode ser usada para qualquer coisa toda a utilização deveria ser impedida. Esse é o erro. Como se pode abolir a tecnologia, porque se tem medo dela? Isso não é progresso.



Falando de crianças, diz que elas têm de aprender a proteger-se online e que provavelmente nós, adultos, somos os piores professores. Em que tipo de riscos acha que as crianças e os “nativos digitais” estão a incorrer ao publicar tudo…

…não há essa coisa de “nativos digitais”, as crianças não nascem ensinadas, têm de aprender como usar a tecnologia. Em segundo lugar, as crianças e jovens não estão a publicar tudo: seleccionam e editam, estão muito conscientes disso. Danah Boyd [investigadora de media sociais] fez pesquisa sobre isto e descobriu que, uma vez aprendida a lição, os jovens adaptam-se facilmente e controlam o significado daquilo que publicam. Não significa que não façam asneiras, também têm de aprender.

Quais são os grandes desafios de alguém que tem uma relação natural com o mundo online hoje e publica muito, quando estiver a procurar emprego no futuro, por exemplo?
Fez alguma coisa embaraçosa quando era nova? Todos o fizemos. O problema não é termos feito coisas embaraçosas, é tornarmo-nos intolerantes em relação a isso mais tarde. Chamo a isto a “teoria da humilhação mútua assegurada” – eu tenho os meus momentos de humilhação, tu também, não fales dos meus que eu também não falo dos teus. O que espero é que isto crie uma sociedade mais tolerante, em que respeitamos os medos e erros das pessoas.

Devemos editar, apagar o que publicamos nas redes sociais?
Sim, e as crianças fazem-no. Mas quero é celebrar um mundo onde finalmente, por exemplo, as pessoas gay possam viver fora do armário. O problema do armário não era dos gays mas das pessoas que os forçavam a esconder-se – e o tornar público foi muito poderoso para gays e lésbicas para afirmarem o seu direito. Claro que editamos, não dizemos tudo.

Antes do livro impresso, a informação passava de boca em boca, havia pouca noção de autoria. Com todo o trabalho de crowdsourcing e colaboração que as pessoas fazem online, estamos a “regressar” à ideia de autoria colectiva?
Sim, absolutamente, mas isso sempre aconteceu. Eu e você sabemos que, como jornalistas, baseamos o nosso trabalho numa série de fontes - agora é mais fácil e importante mostrar o nosso trabalho e as nossas fontes. Sempre colaborámos, há poucas novas ideias. Mas sim, a tecnologia também nos permite colaborar de mais maneiras, não é só crowdsourcing, é o facto de que, quando quero trabalhar numa ideia, vou ao Twitter ou aos blogues, ponho lá e as pessoas são muito úteis e generosas e sugerem-me mais fontes, corrigem os meus erros, dão-me novas ideias. Estamos sempre a colaborar e agora há mais e melhores maneiras de o fazer - eu celebro isso.

(...)

Qual é a maior tendência que identifica agora ou a faceta que julga que está a mudar na tecnologia?
Só um louco o preveria. Aquilo a que estamos a assistir é ao desenvolvimento das fronteiras móvel, social e local. A palavra móvel é temporária: estaremos conectados a toda a hora e de várias maneiras, o local não significa o código postal, mas sim o que há à minha volta, neste momento – essa é a razão pela qual a Apple e a Google investem tanto nos telefones, porque são geradores de sinais que lhes permitem conhecer o contexto e servir-nos melhor. Quando se pede uma pizza no Google, não se quer saber a história da pizza, mas onde é a pizzaria mais próxima e talvez saber que pizza é que os amigos e as pessoas que respeitamos gostam. Acho que abandonaremos esta noção que temos do nosso negócio como conteúdo para uma noção que anda à volta da ideia de conexões: conexões de pessoas a pessoas, de pessoas a informação, conexões a pessoas a fazerem acções e transacções, a organizarem. O que fez o Facebook e o que a Internet permite é as pessoas organizarem-se, agirem, ligarem-se.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Retórica do Discurso Publicitário

  


Tese: beber Sumol é o que se deve fazer.
Objectivo: associar a marca a uma série de valores presentes na imagem e no texto.

Auditório – Público-alvo: jovens adolescentes

Ethos:
- A marca reconhecida;

- a sensação e ideia de liberdade;
- a ideia de “ser natural
- a vida com os amigos - amizade

 
Pathos:
- a frescura (alegria) presente na agitação das ondas e no movimento dos corpos;

- A ideia de actividade natural de gente que vive a vida com intensidade.

 Logos:
- “Um dia o mais provável é deixares de remar contra a corrente – quando esse dia lhe chegares não lhe fales” – interpretação: o mundo dos adultos é o do conformismo e do convencional. Ser adulto é inevitável, mas o espírito pode ser sempre de inconformismo e de originalidade – e também de autenticidade..

- SER JOVEM É SER INCONFORMADO E AUTÊNTICO e BEBER SUMOL É SINÓNIMO DE INCONFORMISMO E AUTENTICIDADE, ENTÃO SUMOL É A NOSSA  BEBIDA -  QUE NOS DEFINE (AUTO-CONCEITO) QUE NOS REPRESTENTA e DEFINE A NOSSA IMAGEM (SOCIAL).

Falácias:
Contradição no discurso entre o “provável é deixares de remar” – que significa conformismo futuro e “quando esse dia chegar não lhe fales” – que significa o inverso: inconformismo futuro. Então o anúncio diz algo  e o seu contrário.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A investigação científica e a imparcialidade do investigador


Tese polémica sobre TDT defendida com petição a favor de investigação académica

05.11.2012 - 13:57 Por Fabíola Maciel
 Um grupo de universitários lançou este fim-de-semana, na Internet, uma petição pela Liberdade de Investigação Académica, que conta com mais de 1200 subscritores.
Os signatários pretendem “chamar a atenção para a relevância social das investigações” e afirmar que “a liberdade académica é um requisito essencial da actividade científica”. Nesse sentido, promovem a denúncia pública de “toda e qualquer tentativa que pretenda condicionar a investigação científica e atemorizar ou silenciar os investigadores”.

Na petição, os signatários exigem também que as autoridades académicas facultem enquadramento e suporte jurídico aos investigadores, em particular aos que lidam com “matérias melindrosas e de impacto público”.

A iniciativa surge após a apresentação da tese de doutoramento de Sergio Denicoli sobre “a implementação da Televisão Digital Terrestre em Portugal”, onde conclui que “a ANACOM favoreceu a Portugal Telecom”.

Em resposta, a PT e a Autoridade Nacional de Comunicações anunciaram levar a tribunal o investigador, para “repor a verdade e defender os seus direitos”, uma vez que ele acusou a empresa e a autoridade de corrupção.

Na sexta-feira, a Universidade do Minho disse, em comunicado, não lhe competir “influenciar a escolha de temáticas ou de quadros teóricos de referência, bem como assumir responsabilidade sobre os respectivos resultados ou conclusões, os quais se inscrevem no exercício da autonomia de criação intelectual e na esfera de responsabilidade dos seus autores, sejam estudantes ou investigadores”.

Em solidariedade com o trabalho desenvolvido pelo investigador, os signatários da petição manifestam o apoio a Sergio Denicoli “pela pertinência e oportunidade do estudo levado a cabo e pelos resultados obtidos nas suas provas de doutoramento”. A tese foi aprovada no final de Outubro, por unanimidade.

A petição é dirigida à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, ao Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e ao Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.T