quarta-feira, 20 de junho de 2012

O Maneirismo

contrariando os cânones estéticos enquadrados na harmonia, no equilíbrio e na racionalidade, apresenta excessos, simbolismos variados, o equilíbrio instável, seja entre o bem e o mal, o desejo e a proibição, a clareza e o tenebroso.


Ficheiro:Michelangelo Caravaggio 061.jpg

Caravaggio - Jovem mordido por um lagarto - 1593





Ficheiro:Jacopo Pontormo - Kreuzabnahme Christi.jpg
Jacopo da Pontormo - A Deposição da Cruz, 1526-1528. Florença

Arte contemporânea

A neutralidade da ciência

Pode a ciência ser neutra ou incorpora nas suas perguntas e nas suas conjecturas a subjectividade do cientista e do seu modelo cultural?

Pode a tecnologia ser neutra ou estabelece ritmos próprios e configura a estrutura cognitiva de quem a utiliza?

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Thomas Struth - quando o espectador é parte do quadro

Fotografia de Thomas Struth

Quando a fotografia se torna arte. 

Face a um quadro revolucionário em que os figuras interpelam o pintor/espectador, representa-se na foto o reverso, numa cena digna de Velásquez: o ritual analítico do espectador

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Análise de Obra de Arte - o Cigarro




“O Cigarro”, de Henri Lebasque



Inês Gonçalves e José Brazielas - Escola Sec. Jaime Magalhães Lima


Fauvismo
     Esta corrente, Fauvismo, constituiu a primeira vaga de assalto da arte moderna propriamente dita. Em 1905, em Paris, no Salon d’Automne, ao entrar na sala onde estavam expostas obras de autores pouco conhecidos, Henri Matisse, Georges Rouault, André Derain, Maurice de Vlaminck, entre outros, o crítico Louis de Vauxcelles julgou-se entre as feras (fauves). As telas que se encontravam na sala eram, de facto, estranhas, selvagens: uma exuberância da cor, aplicada aparentemente de forma arbitrária, tornava as obras chocantes. Caracteriza-se pela importância que é dada à cor pura, sendo a linha apenas um marco diferenciador de cada uma das formas apresentadas. A técnica consiste em fazer desaparecer o desenho sob violentos jactos de cor, de luz, de sol.

Características Fundamentais
- Primado da cor sobre as formas: a cor é vista como um meio de expressão íntimo;
- Desenvolve-se em grandes manchas de cor que delimitam planos, onde a ilusão da terceira dimensão se perde;
- A cor aparece pura, sem sombreados, fazendo salientar os contrastes, com pinceladas directas e emotivas;
- Autonomiza-se do real, pois a arte deve reflectir a verdade inerente, que deve desenvencilhar-se da aparência exterior do objecto;
- A temática não é relevante, não tendo qualquer conotação social, política ou outra.
- Os planos de cor estão divididos, no rosto, por uma risca verde. Do lado esquerdo, a face amarela destaca-se mais do fundo vermelho, enquanto que a outra metade, mais rosada, se planifica e retrai para o nível do fundo em cor verde. Paralelos semelhantes podemos ainda encontrar na relação entre o vestido vermelho e as cores utilizadas no fundo.
- A obra de arte nasce, por isso, autónoma em relação ao objecto que a motivou.           - A linguagem é plana, as cores são alegres, vivas e brilhantes, perfeitamente harmonizadas, não simulando profundidade, em total respeito pela bidimensionalidade da tela.
- A cor é o elemento dominante de todo o rosto. Esta é aplicada de forma violenta, intuitiva, em pinceladas grossas, empastadas e espontâneas, emprestando ao conjunto uma rudeza e agressividade juvenis.
- Estudo dos efeitos de diferentes luminosidades, anulando ou distinguindo efeitos de profundidade.
Dissecação da Obra

     Ao folhearmos um livro sobre História da Arte na biblioteca chamou-nos a atenção uma época de nome estranho no mínimo. O fauvismo foi uma corrente que nasceu em França em finais do século XIX e início do século XX.
     Nesse mesmo capítulo deparámo-nos com uma obra bastante interessante, retratando uma mulher sentada numa cadeira fumando um cigarro bastante descontraída e com um olhar fixo. O seu autor, Henri Lebasque, pintou esta obra de arte, de nome “La Cigarrete” em 1921, numa época em que a mulher começou a sua emancipação e a afirmar-se como um membro da sociedade, não sendo apenas um objecto ou algo negociável como se pensara até àqueles tempos. Um dos grandes marcos dessa afirmação e libertação foi o hábito da mulher começar a fumar. Nesta época fumar tornou-se chique perante a sociedade feminina. Esta obra retrata mesmo esse marco vincadamente, onde uma mulher sentada na sua cadeira relaxada (Lebasque transmite esse sentimento ao pintar a mulher com a mão apoiada na cadeira), desfruta do seu cigarro vestida com boas roupas de cor amarela e azul e usando um relógio, uma pulseira, brincos e um colar, um pequeno chapéu e os lábios pintados de vermelho, levando a crer que pertencesse a uma classe alta da sociedade. Lebasque retrata a típica mulher parisiense. No plano de trás pode-se notar a luminosidade e a cor clara das paredes e das portadas das janelas. Neste plano as tonalidades e diferentes cores distinguem os objectos, não havendo um plano a três dimensões. Ao pegar no cigarro com os dedos leva a crer que era uma mulher irreverente e despreocupada com o que os outros poderiam pensar, uma vez que tal gesto não transmite elegância, por isso se utilizavam as chamadas ponteiras. As linhas pouco delineadas e as pinceladas grossas e carregadas representam as principais características do fauvismo. A característica parece ter sido pintada de uma só pincelada transmitindo a sensação intuitiva, espontânea e violenta que os pintores fauvistas pretendiam retratar nas suas obras. A face rosada e a sua pele clara estão de tal forma interligadas que passam a ideia de quão delicada aquela mulher é, como algo que ao mínimo toque se pode quebrar. Como se aquela não existisse o resto do quadro estivesse vazio e não mais fizesse sentido algum existir. Lebasque transmite não apenas a faceta irreverente da mulher, mas também a sua delicadeza e beleza. Todo o jogo de cores, tonalidades e planos fazem a simbiose perfeita para que esta obra mereça ser reconhecida, mas acima de tudo desfrutada e saboreada por cada pessoa, pretendendo que cada pessoa crie o seu próprio juízo estético e assim possa desenvolver o seu conceito de belo, fundamentando-se no sentimento de agrado ou desagrado e na emoção que esta lhe provoca.
   Actualmente encontra-se no Museu d’Orsay em Paris.

Bibliografia
“História da Arte: As vanguardas do embolismo ao cubismo”, volume16; Edilora Salvab

domingo, 10 de junho de 2012

Débora Pereira nº5 10ºA
Diogo Rafael nº6 10ºA


Introdução:
Este trabalho fala-nos acerca do notório filósofo: John Rawls. Não se trata de uma biografia, pois não é essencialmente disso que ele vai tratar, mas sim daquilo que o tornou conhecido: a sua teoria de justiça na sociedade. Vamos ficar a entender se é possivel, segundo ele, existir uma sociedade justa; e se sim, quais as condições e princípios propicios a isso. Achamos importante referir que a informação contida neste trabalho trata-se apenas da descrição da sua teoria, não sendo algo actualmente constável e praticável.
PRÉ-LEITURA: Alguns conceitos a considerar, para que possa haver um melhor entendimento do corpo do trabalho.
CONCEITO SIGNIFICADO
Justiça  Igualdade entre todos os cidadãos, acompanhada de uma consideração equitativa/consensual; apelando sempre para o cumprimento dos direitos de cada um.
Igualdade  Igual consideração. Cada um deve ter as mesmas oportunidades de alcançar os seus objectivos por mérito próprio. Ninguém deve ser superior.
Equidade  Aplicando a justiça e imparcialidade, é o processo de adoptar uma regra a uma situação específica, de modo a que esta possa ser considerada justa; Modo de aplicar um direito/justiça.
Liberalismo  Filosofia política, que valoriza os direitos, as diversas liberdades e a autonomia do indivíduo.
“Véu da Ignorância” (“Impede-nos saber se somos ricos/pobres, professores/alunos, atletas/advogados.”)  Descrição metafórica que permite destacar a necessidade de que para se estabelecer/distribuir os principios de justiça é necessário ignorar/desconsiderar factos particulares tais como: capacidades inatas, dons, aptidões, posição/contexto/condição social(…)
À priori  Pensamento e ideia independentes da experiência; ocorre antes da experiência. 
Racional  Faculdade que procura o universal na realidadeÉ algo directo e objectivo, marcado pelo raciocínio lógico e intelectual do homem; desprezando factores tais como sentimentos e factores particulares. 
Justiça distributiva (“Como devem ser distribuídos os bens sociais – riquezas; oportunidades – pelas diversas pessoas/grupos da sociedade?”)   Modo de distribuir os bens pelos iguais membros da sociedade de forma justa, segundo um determinado critério.
Direitos de 1ª Geração  Defendem os básicos da pessoa como ser individual: direito à liberdade, propriedade, vida e segurança. Protegendo assim a individualidade da pessoa em relação ao Estado.
Direitos de 2ª Geração “As acções do Estado devem estar motivadas/orientadas para atender à justiça social.”  Direitos sociais: direitos económicos, sociais e culturais. Obriga o estado a fazer prestação positiva em benefício da pessoa necessitada.
Justiça Social  Construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade colectiva. OBJECTIVO: Equilibrar as desigualdades. 
Posição Original “Se fosse possível escolher as regras que determinam a organização da sociedade, quais seriam as regras que eu escolheria?”  Situação puramente hipotética, caracterizada de forma a conduzir a uma certa concepção de justiça. Nesta posição, os indivíduos envolvidos nela não desconhecem todos os seus particulares: posição social, atributos, experiências, etc.
Princípio de Justiça

 Resultado de um acordo/negociação equitativa.
 


John Rawls defende a possibilidade de existir uma sociedade justa, com determinadas condições, príncipios e métodos de estabelecimento dos mesmo. Para podermos entender o seu ponto de vista e as soluções que ele nos apresenta para a concretização deste facto – existência de uma sociedade justa – quase irreal, vamos responder a certas perguntas.
1.      O que é uma sociedade justa?
Uma sociedade justa é aquela em que a igualdade de liberdades entre os cidadãos é reconhecida. Neste tipo de sociedade a aplicação dos direitos não é negociavél/alterável de modo a satisfazer ou beneficiar determinados grupos/membros da sociedade.
2.      Que condições são necessárias para que os homens construam uma sociedade justa?
Os direitos das pessoas serem invioláveis e haver um ambiente de diálogo, propício ao estabelecimento de um máximo de vantagens possíveis para todos os membros da sociedade.
3.      Quais são os princípios de uma sociedade justa?
Os princípios são: 
1.º - Principio de igualdade – Assegura que cada pessoa tenha acesso às liberdades básicas/primárias; 
2.º - Principio de diferença – é admissível a diferença entre os cidadãos desde que daí resulte um maior benefício social. Este principio defende que todas as diferenças económicas devam ser distribuídas de modo a que os benefícios sejam abrangente a todos, nomeadamente aos mais desfavorecidos.
MAS a) este princípio submete-se ao 1.º
b) todos os homens têm direito a igual oportunidade.
4.      Como se estabelecem os principios de uma sociedade justa?
Para que estes possam ser estabelecidos de modo justo e imparcial, os individuos envolvidos neste consenso devem partir de uma situação puramente hipotética (posição inicial), caracterizada de forma a conseguir adquirir uma determinada concepção de justiça. Todos os envolvidos devem partir do principio que desconhecem a sua origem e posição ocupada na sociedade. Para conseguirem atingir uma situação de imparcialidade vão utilizar uma descrição metafórica denominada “véu da ignorância”, que vai obrigar os individuos esquecer influenciáveis factores pessoais, tais como: aptidões inatas, ect. Esta estratégia de ignorância vai assegurar um justo imparcial e equitativo estabelecimento de princípios, sempre com o objectivo de beneficiar os membros com menores condições.

(...)
            Após a resposta a estas questões, podemos concluir que a teoria de John Rawls defende a possibilidade da existência de uma sociedade justa. Segundo ele, para que isto aconteça é necessário haver inviolibilidade dos direitos do homem e uma igualdade de oportunidade para todos (cada um deve lutar pelos seus objetivos, adquirindo-os por mérito próprio). A diferença é permitida, somente se esta agir em função do membro/grupo mais necessitado.
            Para que os principios, dentro desta sociedade sejam aplicados de modo justo e imparcial, é aplicada uma estratégia de distância do real e do particular. Para isso, usa-se conceitos e situações tais como, a já referida, “posição inicial”e o “véu da ignorância”. Isto permite aos individuos envolvidos no consenso de estabelecimento dos principios não serem influenciados pelas suas capacidades, experiências particulares e até mesmo conceitos/preconceitos já formados. Depois de todas estas desconsiderações basta perguntarem-se: “Se fosse possível escolher as regras que determinam a organização da sociedade, quais seriam as regras que eu escolheria?”. Estes princípios defendem a igualdade - Todas as pessoas devem ter igual oportunidade de lutar para alcançar os seus objectivos por próprio mérito – e a diferença, na medida em que os bens sociais são distribuídos de acordo com o rendimento e a posição social em questão. (regalias estas que são somente o fruto do esforço de cada um).
Bibliografia:
http://criticanarede.com/pol_justica.html
http://filosofiareal.blogspot.com/search/label/Filósofos%3AJohnRawls
Manual – 10ºano