sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Auditório Universal

«O auditório universal é, em primeiro lugar, uma construção ideal elaborada em função de um discurso que aspira ao consenso de todos os homens racionais sobre o que, nesse discurso, é dito. Mais do que uma ideia, ele é um ideal, ou, para utilizar, como Perelman faz regularmente, a terminologia kantiana, uma ideia reguladora.»

Rui A. Grácio. Racionalidade Argumentativa, p. 91.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Trabalho de análise de filme - o problema do livre-arbítrio


Actividade: análise temática e argumentativa de filme
Objectivo:
A)       aplicar correctamente os termos que constituem a rede conceptual da acção humana;
B)       identificar teses, argumentos (ou justificações) em conflito no filme
C)      desenvolver o pensamento analítico e crítico e a precisão conceptual

Tarefa:
1 - ver o filme
2 - redigir um discurso de análise do filme, no mínimo 1 página e no máximo 4 páginas A4, Times New Roman 11, espaçamento 1,5, margens 3 cm.,
2.2. o discurso deve dar conta da história que o realizador quis contar.
2.3. o discurso deve dar conta da acção (acções) e projecto que o actor principal tem, bem como das dificuldades que se lhe levantam
2.4 o discurso deve terminar com a discussão do problema do livre-arbítrio (por exemplo: a acção humana é determinada radicalmente, determinada moderadamente, ou totalmente independente das condições e leis físicas, psíquicas e sociais (libertismo)?

Condições:
1 - o aluno tem de defender o trabalho - em aula do dia 10 de Janeiro
2 - o não domínio de uma única palavra aplicada na análise do filme implica zero valores.
2 - o discurso tem de apresentar 50% dos termos apresentados no quadro B e 30% dos termos apresentados no quadro C.
3 - entrega em papel A4 V/V, agrafado, até dia 7 de Janeiro.

Avaliação -  critérios da disciplina; trabalho escrito e defesa
Peso:

Quadro A
Hipótese A
Hipótese B
Relatório Minoritário - Realizado por Steven Spielberg  - EUA, 2002 Cor – 145 min


Quadro B
- Acontecer vs. Fazer
- voluntário vs. Involuntário
- motivo vs causa
- intenção vs espontâneo
- Agir vs. Reacção
- Consciente vs. Inconsciente
- Projecto vs. ausência de deliberação
- Decisão vs impulso mecânico
- Deliberação vs imediatez da resposta
- Condicionante vs determinante
- Intenção vs alteração do real
- Consequências imprevistas vs. Previstas
- Necessidade vs possibilidade
- Natureza dada vs natureza adquirida
- Instinto vs aprendizagem

Liberdade Absoluta – Liberdade Condicionada
Tudo Poder Fazer – Poder realizar todo o apetecer
Condicionante – Determinante
Condicionantes Físicas – Condicionantes Sociais
Condicionantes Psíquicas – Condicionantes Culturais
Determinismo Natural e Físico – Livre-Arbítrio
Incompatibilismo – Compatibilismo
Libertismo - Determinismo Radical

Quadro C
absoluto / relativo
abstracto / concreto
antecedente / consequente
aparência / realidade
a priori / a posteriori
causalidade / finalidade
compreensão / explicação
contingente / necessário
dedução / indução
dogmático / crítico
dúvida / certeza
empírico / racional
essência / existência
finitude / infinitude
formal / material
identidade / contradição
imediatez / mediação
intuitivo / discursivo
particular / universal
saber / opinião sensível / inteligível
sentido / referência
ser / devir
subjectivo / objectivo
substância / acidente
verdade / validade
teoria / prática
transcendente / imanente

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

publicidade, retórica e consumo


http://economico.sapo.pt/

Estudo

Jovens informados são imunes ao discurso das marcas

Catarina Madeira  
22/12/11 07:08
Estudo diz que as marcas já não são mobilizadoras para os jovens, que querem “comunicação honesta e genuína”.
O discurso das marcas é cada vez menos mobilizador para os jovens, que todos os dias são "bombardeados" com informação. Para serem aceites neste segmento, as marcas terão de adoptar um discurso "genuíno" e "honesto".
Esta é uma das conclusões do estudo "Crise, Valores e Marcas nos jovens", promovido pela Bottom Line, agência de publicidade do Sistema Ativism, junto de 830 jovens, entre os 15 e os 23 anos, com o objectivo de descobrir e estudar os comportamentos dos jovens e os seus pensamentos face às marcas e à crise actual.
No universo das marcas, o que esta geração mais valoriza é "o que eu gosto", o preço, a qualidade e a funcionalidade. António Fuzeta da Ponte, director-executivo da Bottom Line, diz que esta é "a geração mais bem informada de sempre" e que, por isso, está preparada para "distinguir exactamente o que lhes interessa".
 
In http://economico.sapo.pt/

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Heitor, Aquiles e o problema do livre-arbítrio


Ana Margarida 
Ana Rita 
10.º D

Hipótese de trabalho: a defesa do determinismo absoluto
No determinismo absoluto, todos os acontecimentos dependem sucessiva e necessariamente das suas causas. Um acontecimento pode ser simultaneamente causa e efeito. Tudo o que fazemos é inevitável, não o podíamos ter feito de outra maneira. De acordo com esta tese, a decisão de Heitor não pode ser livre, por várias razões:
Þ    Heitor não podia fugir de Troia, pois tinha um filho e por razões biológicas era incapaz de o abandonar;
Þ    Heitor não podia atraiçoar a sua cidade, pois seria punido;
Þ    Heitor não podia recusar lutar contra Aquiles, pois em criança tinha sido educado para se tornar num bom guerreiro e também lhe ensinaram que a cobardia era algo odioso.
Logo, Heitor não teve escolha: só podia lutar contra Aquiles.

                O comportamento das pessoas é causado por fatores fora do seu controlo (ex.: genética, ambiente onde cresceu). Se o agente não tem controlo sobre esses fatores, não se trata de uma ação livre. Se uma ação é praticada livremente, o agente poderia decidir praticar outra ação diferente em vez dessa; no entanto, não se pode praticar uma ação diferente da que se praticou, logo, a pessoa não agiu livremente (não tinha outra hipótese).
O indeterminismo tem uma falha, pois nem todas as ações são fruto do acaso: uma pessoa alimenta-se porque tem fome e abre a janela porque tem calor.
O libertismo também tem um defeito: a decisão humana está limitada ao meio físico que a rodeia, por exemplo, uma pessoa que esteja no sexto andar de um prédio e queira sair do edifício, não se vai atirar pela janela, pois sabe que morrerá, simplesmente decidirá se irá utilizar as escadas ou o elevador.
O compatibilismo defende que o Homem pode escolher, mas por trás das razões que levaram o Homem a fazer uma certa escolha estão uma série de fatores que a determinaram, impossibilitando a existência de outras escolhas – a escolha não foi livre.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O que precisa um homem para ser um cidadão?


INSPETOR de CIRCUNSTÂNCIAS - 2


Só vamos aplicar o inspetor de circunstâncias aos argumentos de tipo condicional - Modus Ponens ou Modus Tollens.

Esta operação da avaliação realiza-se nestes tipos de argumentos porque a tabela de verdade não permitiu ser conclusiva. 
A tabela de verdade é conclusiva quando se verificam que todos os valores de verdade da coluna do conetor mais abrangente são verdadeiros (tautologia) ou são falsos (contradição). 
Mas pode acontecer serem uns verdadeiros e outros falsos. Neste caso temos uma contingência. (veja bem o que significa contingência!?)
Uma contingência precisa de uma rede mais fina para detetar a validade do argumento. 

por exemplo:
1ª premissa:            ~A -> B      
2.ª premissa:           ~B 
Conclusão:              A  

1º - calcula-se o valor de verdade para cada uma das premissas e para a conclusão, nas colunas respectivas 
2.º - verifica-se se existe uma linha com a situação de        V      V       F   
3.º - se existir o argumento é inválido, pois traduz uma IMPOSSIBILIDADE
4.º - se não existir o argumento válido.
5º - se existir simultaneamente uma linha com valor V V V e outra V V F conta - obviamente - a que traduz a invalidade do argumento.