quinta-feira, 23 de junho de 2011

Exame de Filosofia em França - BAC secção SE

Le candidat traitera, au choix, l’un des trois sujets suivants :
1 er Sujet - La liberté est-elle menacée par l’égalité ?
2ème Sujet - L’art est-il moins nécessaire que la science ?

3ème Sujet
Expliquez le texte suivant :
Si c’est l’intérêt et un vil calcul qui me rendent généreux, si je ne suis jamais
serviable que pour obtenir en échange un service, je ne ferai pas de bien à celui qui
part pour des pays situés sous d’autres cieux, éloignés du mien, qui s’absente pour
toujours ; je ne donnerai pas à celui dont la santé est compromise au point qu’il ne lui
reste aucun espoir de guérison ; je ne donnerai pas, si moi-même je sens décliner
mes forces, car je n’ai plus le temps de rentrer dans mes avances. Et pourtant (ceci
pour te prouver que la bienfaisance est une pratique désirable en soi) l’étranger qui
tout à l’heure s’en est venu atterrir dans notre port et qui doit tout de suite repartir
reçoit notre assistance ; à l’inconnu qui a fait naufrage nous donnons, pour qu’il soit
rapatrié, un navire tout équipé. Il part, connaissant à peine l’auteur de son salut ;
comme il ne doit jamais plus revenir à portée de nos regards il transfère sa dette aux
dieux mêmes et il leur demande dans sa prière de reconnaître à sa place notre
bienfait ; en attendant nous trouvons du charme au sentiment d’avoir fait un peu de
bien dont nous ne recueillerons pas le fruit. Et lorsque nous sommes arrivés au
terme de la vie, que nous réglons nos dispositions testamentaires, n’est-il pas vrai
que nous répartissons des bienfaits dont il ne nous reviendra aucun profit ? Combien
d’heures l’on y passe ! Que de temps on discute, seul avec soi-même, pour savoir
combien donner et à qui ! Qu’importe, en vérité, de savoir à qui l’on veut donner
puisqu’il ne nous en reviendra rien en aucun cas ? Pourtant, jamais nous ne donnons
plus méticuleusement ; jamais nos choix ne sont soumis à un contrôle plus rigoureux
qu’à l’heure où, l’intérêt n’existant plus, seule l’idée du bien se dresse devant notre
regard.
SENEQUE, Les bienfaits
La connaissance de la doctrine de l'auteur n'est pas requise. Il faut et il suffit que
l'explication rende compte, par la compréhension précise du texte, du problème dont
il est question.

O valor da arte


Sónia Costa 10ºB

Existem no mundo milhares de obras de arte que valem milhões de euros, galerias que as protegem como se fossem tesouros preciosos e salas de concertos enormes que não deixam nem um lugar vago. Actualmente em muitos países modernos se tem investido na arte, na sua divulgação e na educação artística dos seus cidadãos. Um artista, nos tempos actuais, ganha prestígio, mérito e muitos lucros com o seu trabalho. Talento é a palavra-chave para o sucesso e para uma recompensa valiosa. Mas, então o que tem a arte de especial para que as pessoas lhe atribuam tanto valor? E onde está esse valor na obra? Será que a obra de arte tem valor por si mesma, como defende a teoria objectivista, ou tem valor porque tem uma função na sociedade? Para que a obra de arte tenha valor em si mesma seria necessário negar o subjectivismo e afirmar o objectivismo, assim como o seu valor perante todas as pessoas. No entanto nem todas as pessoas estão dispostas a pagar o mesmo preço por um bilhete para um concerto ou para ser proprietário de uma obra. Nem todas as pessoas afirmam de igual modo o valor de uma mesma obra de arte: o que eu pagaria por uma pintura poderia ser para uns considerado como um exagero mas para outros uma ninharia. O valor que reside na obra não é igual para todos e deste modo o seu valor dependerá do sujeito e não de si mesma. Kant defendia que a arte só seria considerada arte na medida em que o seu valor não fosse visto como um meio para alcançar um fim. No entanto todo o que possuímos é com tendência à utilidade, compramos um quadro e colocamo-lo na parede com o objectivo de decorar a nossa casa ou criar um espaço mais familiar e confortável. Hume também defendia o subjectivismo como Kant, no entanto acreditava que a obra de arte tinha valor, tinha utilidade pois causava prazer. Segundo o que dizia, era a sensação de agrado que as obras de arte provocavam em nós que as tornava valiosas e despertava o nosso interesse por elas. Na realidade o interesse causa sensações de querermos adquirir o objecto e desejar que ele nos pertença. No entanto, como oposição à sua teoria, um chocolate causa sensação de agrado mas não é considerado uma obra de arte nem é visto como algo valioso e importante nas nossas vidas. Além disso, existem obras de arte que aparentemente não proporcionam qualquer prazer, uma obra que mostre por exemplo o horror e o sofrimento causado pela guerra não é de modo algum agradável aos nossos olhos.
A obra de arte é assim valiosa por ser interessante aos nossos olhos mas não por causar prazer. O escritor russo Leão Tolstoi defende que o valor da arte se encontra na função moral que ela desempenha, ou seja, nega que a obra de arte tenha valor em si mesma ou que seja valiosa por provocar prazer. Na sua opinião a obra exprime as emoções do artista que contagiam as pessoas. No entanto existem inúmeras obras sem funções morais, por exemplo a arte abstracta é dificilmente compreendida para afirmarmos que transporta sentimentos que causem uma determinada acção moral. Então a arte pode ter valor por si mesma, pelo prazer que causa, pelas emoções que provoca ou pela sua função moral que desempenha, no entanto o maior factor que pode ser considerado para o seu valor é o conhecimento que provoca. Chama-se cognitivismo estético à teoria que defende esta posição. Se esta teoria fosse admitida por todos seria uma grande vantagem para os artistas de todo o mundo. Desde muito cedo que o homem procura o conhecimento e não tem medo de financiar a sua procura, os governos gastam enormes quantias na ciência para permitir o desenvolvimento do conhecimento. No entanto não é possível provar empiricamente que a arte produz conhecimento mas podemos admitir a hipótese que o conhecimento que provoca, apesar de ser diferente do das ciências, não deixa de ser conhecimento. Apreciar obras de arte é uma maneira de entender melhor tudo o que nos rodeia inclusive nós próprios. Se a obra de arte transporta a realidade tanto como a imaginação, a verdade como a mentira, o amor como o ódio, a sua compreensão permitiria o conhecimento da vida, da multiplicidade dos sentimentos, emoções, paixões, ideias, etc. Além disso a arte provoca sensações visuais, auditivas, tácteis que fazem parte da nossa actividade mental que conduzem ao olhar, ouvir e sentir. Aliás é assim que começamos a aprender quando somos novos: pintávamos com as mãos para sentir a tinta e a tela, cantávamos para decorar a tabuada, dançávamos ao som das nossas músicas preferidas como se as sentíssemos dentro de nós e olhávamos para a televisão para ver todos aqueles desenhos animados cheios de cor que nos atraiam para longas tardes sentados no sofá a vê-los. Sabíamos os nomes das cores porque as víamos pintadas no desenho, tocávamos um instrumento porque aprendíamos com o tacto e com o som a fazê-lo. A ciência faz parte da nossa infância mas a arte é quem mais impulsiona aos primeiros conhecimentos de uma longa vida. E é por isso que actualmente olhamos para uma obra de arte e a conseguimos compreender ou pelo menos tirar uma opinião sobre ela, o belo e o feio estão connosco desde muito novos e vão sendo desenvolvidos. Os pormenores não passam despercebidos e a nossa mente analisa a arte como forma de conhecimento. A arte pode assim contribuir para alargar o nosso entendimento, pois explora e enriquece muitos aspectos da experiência humana. A arte nunca pode rivalizar com a ciência, são conhecimentos diferentes que se completam, enriquecendo o nosso conhecimento cada uma à sua maneira. A melhor destas hipóteses apresentadas para o valor dado à arte é, para mim, o conhecimento. A arte proporciona emoções e cria novas sensações que nos fazem aprender com elas, é desenvolvido a imaginação, a criatividade, a compreensão do mundo e de nós próprios. A arte deve ser entendida como uma forma de desenvolvimento que permite sensações que não podem de maneira alguma serem proporcionadas pela ciência. A vida contém mais do que apenas a lógica e o raciocínio, a vida merece ser vivida, sentida, ouvida e tocada e é a arte que proporciona isso. A música completa-nos, as cores alegram-nos e as imagens tornam-se únicas aos nossos olhos. O conhecimento permitido pela arte proporciona uma melhor compreensão da vida e deve ser valorizado por isso.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

É a Arte uma forma de comunicação?

José Brazielas, 10.º B

É a Arte uma forma de comunicação?
A Arte é um meio de comunicação por excelência. “A Arte pode ser compreendida como uma linguagem ampliada e generalizada” (F. Heinemann).
O artista que cria uma determinada obra de arte tem sempre algo a dizer, a afirmar, algo que pretende partilhar com a pessoa que aprecia o seu trabalho. Numa primeira abordagem, encontramos na comunicação pela arte um conjunto de elementos semelhantes aos da comunicação linguística que fazemos diariamente seja com os nossos colegas, família, amigos, entre outros. Um emissor, neste caso o artista, que pretende transmitir uma mensagem (mediante a obra) a um receptor (espectador/observador). Para tal, torna-se necessário a existência de um “código” que permite que a mensagem seja entendida por ambos (emissor/receptor). Este código permite uma troca de ideias e impressões entre os intervenientes e sem ele a mensagem não poderia ser compreendida na totalidade. Por exemplo, todos nós (portugueses) falamos a mesma língua de forma a podermos comunicar de uma forma a que nos percebamos uns aos outros. No caso da arte é mesmo assim, mas este “código” não é dado, é transmitido ao receptor por meio de características, imagens, objectos, cores, texturas, formas, entre outros que lhe desencadeiem determinado tipo de emoções que o levem a pensar, agir de uma forma diferente daquela que possuía no passado. Claro que as diversas interpretações da obra dependem em grande parte do meio cultural, tradições e valores que o sujeito possui. Por isso muitos artistas, não atribuem um título à sua obra para não influenciar e condicionar de maneira nenhuma a interpretação que o sujeito pode fazer. Assim cada olhar pode fazer a sua própria apreciação e interpretação sem qualquer tipo de condicionantes.
A Arte, nas suas múltiplas manifestações, não é uma linguagem discursiva (permite dizer o que não se diz por palavras), não se preocupa em obedecer rigidamente às regras lógicas do pensamento, mas pode assumir diferentes sentidos, e portanto está sujeita a múltiplas interpretações. Como forma de comunicação, a obra de arte interpela o espectador e influencia-o na maneira como concebe a realidade e actuará perante ela. É neste sentido que a arte é uma linguagem ampliada e generalizada. Esta pode influenciar o sujeito de diversas formas desde de transmitir diversos sentimentos, valores, emoções, modos de pensar e também de ver e sentir o mundo. A obra de arte é o pano de fundo onde o artista retrata os seus sentimentos, o seu mundo, as suas interpretações da realidade, a sua herança cultural, valores, tradições dando-se assim, o artista, a conhecer a outras pessoas.
Todas as pessoas têm necessidade de se exprimir de certa forma, de mostrar os seus sentimentos, mas acima de tudo esperam que esses sentimentos sejam transmitidos e provoquem um efeito nos outros. O graffiti é uma forma de expressão adoptada por muitos jovens que revela um carácter espontâneo, pouco profissional, ainda que muitas vezes seja feito de uma forma um pouco marginal.
Actualmente, nas nossas sociedades, a dimensão comunicativa da arte surge com diversos contornos. Surge-nos principalmente em diversas formas:
- A arte como meio de expressão e transmissão de sensações do artista que pretendem provocar uma reacção no espectador;
- A arte como forma de transmissão de ideias e crítica à sociedade;
¬ - Entre outros.
A arte pode assumir o papel de crítica à sociedade. Aquando da dissertação de uma obra que nos foi pedida pelo professor de filosofia, pude verificar que muitos quadros, incluindo o meu, eram grandes críticas à sociedade daqueles tempos. O meu quadro retratava uma mulher da alta sociedade que fumava descontraidamente no seu cadeirão. Este quadro foi pintado no século XX, numa altura em que a mulher começou a assumir o seu papel na sociedade e tinha como função ser um incentivo e alertar as outras mulheres para que reivindicassem os seus direitos e se afirmassem na sociedade daquele tempo. Através deste exemplo podemos verificar o papel fundamental que a obra de arte tem relativamente na transmissão de ideias e crítica à sociedade, mas acima de tudo no papel de despoletar sentimentos de revolta, de mudança e que levem o espectador a agir de variadas formas para que possam haver melhorias a vários níveis. Muitas obras de arte serviram como maneira de protesto e de crítica à sociedade em que o artista vivia e só mais tarde puderam ser reconhecidas a nível universal já que naquela altura a sua exposição poderia albergar o risco da obra ser destruída. É este carácter histórico-cultural que leva uma obra a ser reconhecida por todos.
A arte pode também ser um meio de expressão e transmissão de sentimentos e sensações do artista. O quadro “O Grito” de Edvard Munch representa um bom exemplo deste assunto. Nesta obra o autor transmite sentimentos de desespero, aflição, ansiedade e medo, que dependem da interpretação de cada um. Por essa razão, “O Grito” é um dos muitos quadros reconhecidos a nível universal pela razão de produzir um misto de sentimentos nas pessoas e de possuir uma pluralidade de sentidos graças aos diferentes gostos, cultura, leituras, interpretações dos espectadores convertendo-se assim numa obra aberta.
À pergunta: é a Arte uma forma de comunicação? Podemos responder “Sim”. A arte transmiti-nos sentimentos que nunca experimentámos, mostra-nos novas ideias que antes nunca tínhamos pensado e também apresenta-nos novas maneiras de pensar que nos levam a agir de forma diferente. Mas acima de tudo, todo o tipo de arte é extremamente actual, pela maneira como comunica connosco e ao mesmo tempo apreciando uma obra de arte, projectamos nela as nossas vivências, valores, modos de pensar, sentir e de agir e a nossa maneira particular de compreender o mundo. As únicas condições são uma mente aberta e um espírito crítico que nos possibilita argumentar porque nos agradou ou não tal obra e discutir com outros sujeitos o seu conteúdo e a interpretação que cada um fez quando contemplou aquele conjunto de cores, formas, texturas, traços que estão interligados de tal forma que desencadeiam todo o tipo de sensações nos espectadores de forma a que todos nós possamos evoluir em todos os sentidos.

Obras de ARTE em análise

10.º C - Ana Marques e Dámaris Maia

terça-feira, 7 de junho de 2011

Arte e Design


Série 7 ™, projetado em 1955 - Arne Jacobsen

O design faz aliar valores estéticos ao pragmatismo industrial e à utilidade dos objectos.
Pergunta-se: o design poderá ser uma arte?
- Se produzir emoção estética, sim.
- Se se considerar a inutilidade uma característica essencial da arte, não.
Design de objectos inúteis não será contraditório? isso não seria escultura? Ou arte decorativa?

Aceitam-se OBJECÇÕES e CRÍTICAS a este texto.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Olimpíadas Internacionais de Filosofia


Um aluno português conquistou uma medalha de prata na 19.ª Olimpíada Internacional da Filosofia, em Viena, onde concorreu por iniciativa própria, contando apenas com o apoio de um professor, já que a prova não se realiza em Portugal.

José Gusmão Rodrigues é aluno do 12.º ano mas frequenta já algumas cadeiras de Filosofia na Faculdade de Letras (Rui Gaudêncio)

José Gusmão Rodrigues é aluno do 12.º ano na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, mas frequenta já algumas cadeiras de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa por ter revelado, desde os 13 anos, uma aptidão “excepcional” para a filosofia, contou hoje à agência Lusa o professor Domingos Diogo Correia, que o acompanhou a Viena.

http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/aluno-portugues-ganha-medalha-de-prata-nas-olimpiadas-internacionais-de-filosofia_1496869#Comentarios